Ao iniciarmos o tempo
de Advento eis uma cena e uma proposta que nos ilumina no nosso caminhar para o
Natal e o nascimento do Filho de Deus.
Um homem, um centurião
romano, vem ter com Jesus e apresenta-lhe a situação do seu servo, que sofre
paralítico horrivelmente. Não há qualquer pedido de cura, embora se subentenda,
mas apenas uma apresentação da realidade e de uma realidade dolorosa, de
sofrimento.
O centurião romano não
obriga a nada, apenas no seu desespero procura colocar Jesus face a um facto, a
uma circunstância sobre a qual ele não tem poder algum, apesar de ser homem a
quem obedecem sem replicar.
Imediatamente e sem
qualquer pergunta, Jesus dispõe-se a ir curá-lo, compreende o desespero e o
sofrimento e propõe-se a colocar-lhe fim.
Esta proposta de Jesus
é uma imagem muito concreta do mistério da Incarnação que celebramos no Natal e
nos propomos preparar neste tempo de Advento.
Deus vem ao nosso
encontro, Deus dispõe-se a vir até nós, oferece-se a cada um de nós, assim nós o
queiramos acolher. E não vem com outro objectivo senão de nos curar, de nos
salvar da nossa condição de enfermidade.
Neste sentido, somos
convidados a reconhecer e a assumir a nossa doença, o nosso pecado, a nossa
infidelidade, a reconhecer que de facto não somos dignos que Deus venha até
nós.
Por outro lado, somos
convidados também a apresentar a nossa situação, a procurar que uma palavra de
Deus nos resgate da nossa fragilidade tal como o Verbo Incarnado resgatou a humanidade
da sua situação de exclusão.
Estamos assim num
processo que já se realizou, mas que continua em realização e culminará um dia
na realização total. São três actos de fé que somos chamados a professar, o da
Incarnação do Filho de Deus na história do Homem, o da Incarnação de Deus na
nossa vida, e o da última vinda gloriosa que esperamos na fé.
Estamos inseridos num
tempo, num processo temporal, cuja plena vivência e compreensão se torna possível
na medida em que vivemos ao ritmo da oração a relação com a presença de Deus na
história do homem e na minha vida pessoal.
Hoje é a oportunidade
do tempo presente, procuremos aproveitá-la com a nossa oração mais intensa.
Ilustração: “O
Centurião diante de Jesus”, desenho de Jean-Baptiste Jouvenet perdido durante a
Segunda Guerra na Polónia.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarBem-haja por salientar-nos que à semelhança da atitude de Jesus com o centurião romano que apresenta a situação do seu servo, dolorosa, de sofrimento, em que não apresenta um pedido explícito de cura ...” Deus vem ao nosso encontro, Deus dispõe-se a vir até nós, oferece-se a cada um de nós, assim nós o queiramos acolher. E não vem com outro objectivo senão de nos curar, de nos salvar da nossa condição de enfermidade.” …
Jesus não exige, mas como Frei José Carlos nos diz ...” somos convidados a reconhecer e a assumir a nossa doença, o nosso pecado, a nossa infidelidade, a reconhecer que de facto não somos dignos que Deus venha até nós.
Por outro lado, somos convidados também a apresentar a nossa situação, a procurar que uma palavra de Deus nos resgate da nossa fragilidade tal como o Verbo Incarnado resgatou a humanidade da sua situação de exclusão.”…
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, que dão-nos força e humildade para aceitarmos e reconhecermos a nossa situação de pecadores, as nossas fragilidades, e como ultrapassá-las, por recordar-nos que …” Hoje é a oportunidade do tempo presente, procuremos aproveitá-la com a nossa oração mais intensa.”
Que o Senhor o ilumine, abençoe e proteja. Continuação de uma boa semana.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva