O facto que São Marcos
nos narra não tem nada de extraordinário, Jesus passa à outra margem do lago,
uma vez que na região dos gerasenos lhe é pedido que se afaste, pois tinha
provocado um grande prejuízo com os porcos precipitados no abismo.
Nesta margem Jesus
encontra-se com uma multidão, com um chefe de sinagoga que vem pedir auxílio
para a sua filha doente e uma mulher que por entre a multidão tenta a sorte da
sua cura apenas pelo toque fugaz.
A passagem de Jesus de
uma margem para a outra é assim a passagem da recusa para a procura, a passagem
daqueles que não têm fé, que não querem acreditar nem mudar a sua vida, para um
outro grupo no qual se destacam um homem e uma mulher que agem pela fé, que
procuram uma alteração das suas vidas.
Neste sentido também
nós somos convidados por Jesus a passar à outra margem, a fazer a travessia das
águas da morte da indiferença e da falta de fé para a terra firme onde podemos
viver de uma outra forma, com outra confiança, num nível superior de vida, em função
da fé que possuímos.
A fé é assim motor de
busca, fonte de criatividade, de um caminhar para uma terra onde nos está
prometido leite e mel, de graça e sem necessidade de qualquer contrapartida ou
pagamento.
E se passar à outra
margem implica muitas vezes remar contra a maré, a certeza de que Jesus nos
precede, iluminando a passagem, e nos acompanha, no nosso remar paulatino, deve
dar-nos a confiança para avançar e continuar.
Como a mulher que
sofria do fluxo de sangue, a nossa fé, a nossa confiança, deve levar-nos a
aproximarmo-nos, a tentar um toque que ainda que leve ou fugaz nos pode alterar
a vida, nos pode curar das nossas enfermidades.
Ilustração: “Jesus com
Jairo e a mulher do fluxo de sangue”, no Palácio Edelmann, em Olomouc, Republica
Checa.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAo ler com muito interesse este texto do Evangelho de São Marcos,fiquei maravilhada com a fé do chefe da sinagoga e,com a grande coragem da mulher que sofria de um fluxo de sangue,mas que a sua fé e confiança que tinha em Jesus,a levou a tocar no manto de Jesus e ficaria curada da sua enfermidade.Como nos diz o Frei José Carlos,saibamos nós também ter, a nossa fé,a nossa confiança,deve levar-nos a aproximar-nos,a tentar um toque que ainda que leve nos pode alterar a vida,nos pode curar as nossas enfermidades.Obrigada,Frei José Carlos,por esta bela e profunda Meditação,que partilhou connosco e,pela beleza da ilustração.Gostei muito.Que o Senhor o ilumine o proteja e o abençoe.Continuação de uma boa semana.Bom descanso.
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarQuando reflicto no texto da Meditação que teceu e na forma como aborda a falta de fé leva-me a dizer o que penso. Para alguns de nós, a fé, não é uma fotografia a preto e branco. Pode ter existido, deixou de existir, ficou algo do qual não nos apercebemos e que vive em nós, como se se tratasse de uma chama quase extinta, da qual não se sente o calor, para um dia, sentirmos que essa chama se reacendeu e voltarmos à procura do Filho de Deus que nos ama e que Se entregou por nós. Há também os não-crentes que um dia se converteram ou os crentes que deixaram de o ser.
A fé é um dom de Deus. Cada um de nós tem um papel a desempenhar para reforçá-la, para que a chama se mantenha iluminada, mas ultrapassa-nos.
Como nos afirma ...” A fé é assim motor de busca, fonte de criatividade, de um caminhar para uma terra onde nos está prometido leite e mel, de graça e sem necessidade de qualquer contrapartida ou pagamento.
E se passar à outra margem implica muitas vezes remar contra a maré, a certeza de que Jesus nos precede, iluminando a passagem, e nos acompanha, no nosso remar paulatino, deve dar-nos a confiança para avançar e continuar.”…
Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação que nos dá força, coragem para continuar a caminhada, por recordar-nos que …” a nossa fé, a nossa confiança, deve levar-nos a aproximarmo-nos, a tentar um toque que ainda que leve ou fugaz nos pode alterar a vida, nos pode curar das nossas enfermidades.”
Que o Senhor o ilumine, o guarde e abençoe.
Continuação de uma boa semana.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva