quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Teu Pai vê o que está oculto (Mt 6,…)

Podemos dizer que a Quaresma se inicia com um refrão, como um refrão de uma canção que nos fica no ouvido e vamos repetindo ao longo do dia, ao longo dos tempos, “teu Pai vê o que está oculto”.
Jesus não insiste com os seus discípulos sobre o jejum, a oração e a esmola, aliás práticas comuns às diversas grandes religiões, e que certamente os discípulos já praticariam dentro dos ritos judaicos. Não havia portanto necessidade de insistir sobre o já praticado.
Diante de cada uma dessas práticas, Jesus chama a atenção para a visibilidade, para a visibilidade aos olhos de Deus Pai, a qual se opõe à visibilidade aos olhos dos homens. O verdadeiramente importante é assim o que Deus vê e o que Deus conhece.
Neste sentido e face ao exercício da oração, de esmola e do jejum que a Igreja nos convida a viver na Quaresma, não podemos deixar de ter presente a insistência de Jesus, a visibilidade divina das nossas práticas.
Esta recomendação contrasta e confronta-se contudo com a imagem que tendencialmente construímos diante dos outros, sobre a reputação com que tantas vezes nos preocupamos, e que inevitavelmente nos condiciona na nossa liberdade.
A recomendação de Jesus à visibilidade divina é assim uma proposta de liberdade, uma oferta de libertação que nos pode e deve acompanhar nesta Quaresma.
Que o Senhor veja o que bem fizermos no nosso percurso de preparação a celebração da Páscoa.
 
Ilustração: Árvore coberta de neve no jardim junto à escola de Vernier, Genebra.

2 comentários:

  1. Foi isso que pedi hoje, na celebração das cinzas:que a minha caminhada para a Páscoa seja apenas mensurável pelos olhos do Senhor Jesus.Inter Pars

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  2. Frei José Carlos,

    Ao longo do nosso peregrinar, num processo permanente de conversão que deve corresponder a uma verdadeira conversão interior e em coerência com a prática quotidiana de cada um de nós, como nos afirma ...” face ao exercício da oração, de esmola e do jejum que a Igreja nos convida a viver na Quaresma, não podemos deixar de ter presente a insistência de Jesus, a visibilidade divina das nossas práticas.”…
    Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação que teceu e que reforça as palavras de Jesus, por evidenciar que …” A recomendação de Jesus à visibilidade divina é assim uma proposta de liberdade, uma oferta de libertação que nos pode e deve acompanhar nesta Quaresma”…
    Que o Senhor o ilumine, o guarde e abençoe.
    Bom descanso.
    Continuação de boa estada.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Bela ilustração como se fosse uma pintura natural. Permita-me que partilhe de novo um poema para rezar.

    UMA
    EXIGÊNCIA QUE
    DESCOBRIMOS
    DENTRO DO
    DOM

    Tu estás perto, Senhor, de quem vive com misericórdia, pois Tu és misericordioso e compassivo. Ajuda-nos
    a entender e a praticar a esmola como uma exigência que descobrimos dentro do dom que é, afinal, toda a vida.
    Recebemos de graça aquilo que somos chamados a dar. É claro que não se trata apenas de uns tostões que metemos apressadamente nas mãos de alguém, se somos chamados a isso. A esmola é condivisão real, solidária, empenhada. A esmola
    é expressão de uma justiça a que não estamos obrigados, mas à qual o Teu amor nos impele. Ensina-nos a partilhar, e a fazê-lo com alegria.

    (In, “Um Deus que Dança”, Itinerários para a oração, José Tolentino Mendonça)

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