Jesus envia os
discípulos em missão, a sua primeira missão, e são enviados como cordeiros para
o meio de lobos.
No meio das
dificuldades e dos perigos, uma tarefa bastante concreta, levar a paz a cada
casa e a cada um daqueles com os quais se cruzarem.
Ao olhar para a nossa
realidade quotidiana, tanto a nível pessoal, como local e mundial, podemos
interrogar-nos sobre esta mensagem de paz. O que lhe aconteceu, o que lhe
acontece, porque não somos capazes de a ver, de a sentir de uma forma palpável.
O desafio mantém-se, contudo,
acutilante na sua aparente precaridade e fragilidade. Que missão de paz nos
está destinada?
E de repente
descobrimos que Jesus diz aos seus discípulos no Evangelho de São João que a
sua paz não é como a paz do mundo, a paz que nos oferece não é igual à paz que
o mundo nos oferece.
A paz que levamos, a
paz que somos convidados a transmitir, a oferecer a todos aqueles com os quais
nos cruzamos é assim algo de diferente, algo de distinto do que estamos
habituados no mundo.
E então percebemos que
não é visível, que não é palpável, que não a vamos encontrar ao virar da
esquina.
Apesar da sua
invisibilidade estamos contudo convocados à missão, a levar e a oferecer a paz
a todas as casas.
É uma missão que nos ultrapassa, porque divina na sua origem,
na sua essência e no seu fim, mas que não deixa de nos implicar nem envolver no
concreto do quotidiano, pois ali estamos para o transformar, para o colocar no
âmbito do divino.
Que a paz que vem de
Deus inunde o nosso coração e nos anime e fortaleça na missão de a levar aos
outros, de a entregar aos outros, tal como Deus no-la entregou a nós.
Ilustração: Nascer do
sol no dia 7 de Fevereiro visto da janela do avião.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarO texto da Meditação que teceu sobre a mensagem da paz é profundo, de grande espiritualidade e beleza que faz-nos reflectir, que nos eleva e compromete simultaneamente. E passo a citá-lo ...” E de repente descobrimos que Jesus diz aos seus discípulos no Evangelho de São João que a sua paz não é como a paz do mundo, a paz que nos oferece não é igual à paz que o mundo nos oferece.
A paz que levamos, a paz que somos convidados a transmitir, a oferecer a todos aqueles com os quais nos cruzamos é assim algo de diferente, algo de distinto do que estamos habituados no mundo.
E então percebemos que não é visível, que não é palpável, que não a vamos encontrar ao virar da esquina.”…
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos levam mais além na nossa reflexão e aceitemos o convite e desafio que nos faz...” Que a paz que vem de Deus inunde o nosso coração e nos anime e fortaleça na missão de a levar aos outros, de a entregar aos outros, tal como Deus no-la entregou a nós.”
Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o guarde e abençoe.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me que volte a partilhar um poema para rezar.
A SABEDORIA
DA PAZ
Dá, Senhor, à nossa vida a sabedoria da paz. Que o nosso coração não naufrague na lógica
de tanta violência disseminada em nosso redor. Que os sentimentos de dor ou de despeito
não sufoquem a necessidade dos gestos de reconciliação, a urgência de uma palavra amável
que rompa as paredes do silêncio, o reencontro dos olhares que se desviam. Dá-nos a força de
insinuar no inverno gelado que, por vezes vivemos o ramo verde, a inesperada flor, a claridade
que é esta irreprimível e pascal vontade de recomeçar.
(In, “Um Deus que Dança”, Itinerários para a oração, José Tolentino Mendonça)