Cada árvore conhece-se pelos seus frutos e cada casa aguenta melhor ou pior as investidas da tempestade na medida em que está bem alicerçada.
Jesus serve-se destas duas imagens, dos frutos da árvore e da casa que enfrenta a tempestade, para falar da nossa relação com Deus, da falsidade que a nossa vida pode adquirir e que a frutificação ou a tempestade pode desmascarar.
É inquestionável que cada árvore produz o seu fruto e se a árvore é boa produzirá certamente bons frutos. Contudo, não podemos esquecer que para que a árvore dê fruto é necessário tempo, é necessário que cresça, que passe a primavera e que se encontre plantada num terreno onde possa lançar raízes e alimentar-se.
De alguma forma a árvore é como a casa e necessita de bons alicerces, de um trabalho de escavação e aprofundamento para que possa aguentar a tempestade e produzir bons frutos.
Este trabalho de lançamento dos alicerces e fundamentos, ou de aprofundamento das raízes, pode no entanto ser feito sem muita seriedade, pode ser feito apenas para que outros possam ver e sentir-se até invejosos da beleza da casa ou da árvore. Há uma possibilidade de espectáculo.
Contudo, quando chega a tempestade ou a época de dar frutos, a verdade vem ao de cima e desperta, revelando na sua nudez, o quanto foi de facto construído ou enraizado. Há um trabalho diário que não pode ser descurado, um trabalho de escavação, de aprofundamento, pois só dessa forma se alcançará a verdade dos frutos bons ou dos alicerces sólidos.
De facto, dizer “Senhor! Senhor!” não chega para revelar a fé e o compromisso, podemos dizer que é um mero formalismo exterior, uma expressão quase idiomática. Dizer verdadeiramente “Senhor! Senhor!” requer um trabalho, uma fidelidade, uma busca de semelhança com esse Senhor que chamamos e invocamos.
Necessitamos verdadeiramente assentar os nossos alicerces na rocha firme que é Jesus, estender as nossas raízes nessa terra fértil que é o Corpo do Senhor. Vinde em nosso auxílio Senhor!
Frei José Carlos,
ResponderEliminarObrigada pela partilha do texto da Meditação. É um texto importante, belo, bem ilustrado, sereno que nos leva a reflectir sobre a nossa relação com Deus, da forma como a trabalhamos e alimentamos.
Como nos afirma no texto, à semelhança da casa, a “árvore necessita de bons alicerces, de um trabalho de escavação e aprofundamento para que possa aguentar a tempestade e produzir bons frutos. (…)
(…)Contudo, quando chega a tempestade ou a época de dar frutos, a verdade vem ao de cima e desperta, revelando na sua nudez, o quanto foi de facto construído ou enraizado”.
E como nos salienta para que a invocação do Senhor seja verdadeira, pressupõe a existência de um …” trabalho, uma fidelidade, uma busca de semelhança com esse Senhor que chamamos e invocamos.” …
Permita que façamos nossas as palavras com que termina a Meditação …” Necessitamos verdadeiramente assentar os nossos alicerces na rocha firme que é Jesus, estender as nossas raízes nessa terra fértil que é o Corpo do Senhor. Vinde em nosso auxílio Senhor!”
Bem-haja, Frei José Carlos, por nos oferecer esta importante partilha como reflexão.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Meditações curtas... simples... mas muito... muito pertinentes e precisas.
ResponderEliminarObrigada, amigo!