É fácil perceber pela
leitura dos Evangelhos que durante o convívio dos discípulos com Jesus este não
deixou de os alertar para várias situações, não deixou de lhes dar pontos de
referência para formarem um juízo sobre as várias realidades que os rodeavam,
de modo a não se deixarem enganar e a viverem fielmente o projecto de vida que
lhes propunha.
Muitas vezes e na
linha da grande tradição profética utilizou as imagens que eram comuns ao
quotidiano dos seus ouvintes, como os frutos que cada árvore pode ou não pode
produzir. Desta forma, o conselho, a recomendação, adquiria uma dimensão mais
próxima, mais palpável e por isso mais ao alcance da realização pessoal por
parte de cada um dos seus ouvintes.
O conselho relativo ao
discernimento dos verdadeiros e falsos profetas é hoje, tal como naquele tempo,
perfeitamente actual, necessário, significativo, pois continuamos rodeados de
falsos profetas e questionáveis profecias.
Tendo em atenção o
conselho de Jesus percebemos que as propostas que comportam e conduzem a um
mundo mais triste e mais violento, a um mundo injusto e menos humano, são
propostas falsas e de falsos profetas, que só podem conduzir a maus frutos.
Uma proposta que
aliena a liberdade individual, que oferece valores e argumentos que cegam o juízo
sobre as realidades, que desperta os desejos mais mesquinhos, a satisfação mais
egoísta, e que conduz à sensaboria da fé, ao seu empobrecimento, é uma proposta
de um falso profeta, desejoso apenas da sua satisfação.
Pelo contrário um verdadeiro
profeta, um profeta à medida bíblica, conduzirá os homens à liberdade, à
bondade, à realização pessoal na companhia dos seus irmãos, chamará a atenção
para a felicidade que advém do respeito e do amor pelos outros, será factor de
vida e de construção.
Um verdadeiro profeta
conduzirá os homens a Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, conduzirá os
seus irmãos Àquele que apenas pode alimentar a gestação de bons frutos porque é
a bondade por natureza.
Procuremos pois, cada
um de nós, conduzir os nossos irmãos à verdadeira fonte.
Ilustração: “Profeta
Eliseu e Guiezi” (2Rs 5,25-26), de Lambert Jacobsz, Museu Estatal da Baixa
Saxónia.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarGrata,pela bela partilha do Evangelho de São Mateus,muito profundo para nossa reflexão,magnificamente ilustrado,gostei muito.Obrigada,Frei José Carlos pelas belas palavras partilhadas.Bem haja.Que o Senhor o ilumine o guarde e o abençoe.Continuação de um bom dia.
Um abraço fraterno.
AD
Acho que é o que tenho que pedir a Deus para os meus Amigos: que sigam o apelo de Deus e sejam verdadeiros PROFETAS, conduzindo Àquele que os chama todos os que deles se aproximam. Inter Pars
ResponderEliminarFrei José Carlos,
ResponderEliminarComo nos salienta …” Um verdadeiro profeta conduzirá os homens a Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, conduzirá os seus irmãos Àquele que apenas pode alimentar a gestação de bons frutos porque é a bondade por natureza.”…
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas de profunda espiritualidade, que nos levam à reflexão de temas cuja importância é intemporal, e que ilustrou de forma tão bela.
No peregrinar da vida que o Senhor na Sua bondade nos ajude na escolha dos caminhos e das decisões que devemos tomar e que afectam também o outro, os nossos irmãos e nos encoraje no seu cumprimento.
Que o Senhor o cumule de todas as bençãos.
Boa noite e bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva