quarta-feira, 26 de junho de 2013

Acautelai-vos dos falsos profetas (Mt 7,15)

É fácil perceber pela leitura dos Evangelhos que durante o convívio dos discípulos com Jesus este não deixou de os alertar para várias situações, não deixou de lhes dar pontos de referência para formarem um juízo sobre as várias realidades que os rodeavam, de modo a não se deixarem enganar e a viverem fielmente o projecto de vida que lhes propunha.
Muitas vezes e na linha da grande tradição profética utilizou as imagens que eram comuns ao quotidiano dos seus ouvintes, como os frutos que cada árvore pode ou não pode produzir. Desta forma, o conselho, a recomendação, adquiria uma dimensão mais próxima, mais palpável e por isso mais ao alcance da realização pessoal por parte de cada um dos seus ouvintes.
O conselho relativo ao discernimento dos verdadeiros e falsos profetas é hoje, tal como naquele tempo, perfeitamente actual, necessário, significativo, pois continuamos rodeados de falsos profetas e questionáveis profecias.
Tendo em atenção o conselho de Jesus percebemos que as propostas que comportam e conduzem a um mundo mais triste e mais violento, a um mundo injusto e menos humano, são propostas falsas e de falsos profetas, que só podem conduzir a maus frutos.
Uma proposta que aliena a liberdade individual, que oferece valores e argumentos que cegam o juízo sobre as realidades, que desperta os desejos mais mesquinhos, a satisfação mais egoísta, e que conduz à sensaboria da fé, ao seu empobrecimento, é uma proposta de um falso profeta, desejoso apenas da sua satisfação.
Pelo contrário um verdadeiro profeta, um profeta à medida bíblica, conduzirá os homens à liberdade, à bondade, à realização pessoal na companhia dos seus irmãos, chamará a atenção para a felicidade que advém do respeito e do amor pelos outros, será factor de vida e de construção.
Um verdadeiro profeta conduzirá os homens a Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, conduzirá os seus irmãos Àquele que apenas pode alimentar a gestação de bons frutos porque é a bondade por natureza.
Procuremos pois, cada um de nós, conduzir os nossos irmãos à verdadeira fonte.
 
Ilustração: “Profeta Eliseu e Guiezi” (2Rs 5,25-26), de Lambert Jacobsz, Museu Estatal da Baixa Saxónia.

3 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Grata,pela bela partilha do Evangelho de São Mateus,muito profundo para nossa reflexão,magnificamente ilustrado,gostei muito.Obrigada,Frei José Carlos pelas belas palavras partilhadas.Bem haja.Que o Senhor o ilumine o guarde e o abençoe.Continuação de um bom dia.
    Um abraço fraterno.
    AD

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  2. Acho que é o que tenho que pedir a Deus para os meus Amigos: que sigam o apelo de Deus e sejam verdadeiros PROFETAS, conduzindo Àquele que os chama todos os que deles se aproximam. Inter Pars

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  3. Frei José Carlos,

    Como nos salienta …” Um verdadeiro profeta conduzirá os homens a Cristo, verdadeiro Homem e verdadeiro Deus, conduzirá os seus irmãos Àquele que apenas pode alimentar a gestação de bons frutos porque é a bondade por natureza.”…
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas de profunda espiritualidade, que nos levam à reflexão de temas cuja importância é intemporal, e que ilustrou de forma tão bela.
    No peregrinar da vida que o Senhor na Sua bondade nos ajude na escolha dos caminhos e das decisões que devemos tomar e que afectam também o outro, os nossos irmãos e nos encoraje no seu cumprimento.
    Que o Senhor o cumule de todas as bençãos.
    Boa noite e bom descanso.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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