Uma parábola mais para
anunciar e enunciar o Reino de Deus, pois não podemos dizer que está aqui ou
está ali, mas que está entre nós e em processo de desenvolvimento. Certamente por
essa razão Jesus utiliza a imagem da rede de pesca, uma rede que é lançada ao
mar do mundo e que recolhe toda a espécie de peixes.
Não podemos deixar de
admirar a imaginação de Jesus, mas igualmente a riqueza que encerra esta mesma
imagem e parábola. Desde já podemos perceber que a promessa do Reino de Deus
não assume a monotonia, o monocórdico, o clónico. O Reino de Deus não se
reserva para homens e mulheres de um determinado perfil pré-estabelecido, mas
como realidade viva e em construção abre-se e acolhe a diversidade, a grande
diversidade humana.
Está diversidade está
patente na inauguração do Reino, nas diversas atitudes de Jesus face aos
proscritos e aos eleitos, aos pecadores e aos que se consideravam justos. Não são
um exemplo desta diversidade a Samaritana com quem Jesus fala junto ao poço de
Jacob, o rico Zaqueu a quem Jesus pede hospitalidade, o publicano Mateus que
oferece um banquete mas se esquece das básicas regras do acolhimento, o mestre
de Israel Nicodemos que vem interrogar Jesus durante a noite, ou o jovem rico
que cumpre todos os mandamentos mas não é capaz de ser livre do que possui?
Que alegria e que
alento saber que também a mim, a cada um de nós nas suas diversas circunstâncias,
é lançada a rede do Reino. Todos somos apanhados entre as malhas da rede e
arrastados até à margem.
A possibilidade de
sermos escolhidos, de sermos encontrados como um peixe bom que é colocado na
cesta, depende da nossa adesão, da nossa liberdade de nos deixarmos prender na
rede e aí procurarmos ser fiéis. A pesca será abundante e rica na medida em que
nos deixarmos apanhar pelo amor de Deus nas malhas da rede que está estendida
pelo mar do mundo.
Que a liberalidade de
Deus nos provoque na nossa confiança e na nossa liberdade de aderirmos ao seu
amor e à sua vontade.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAgradeço-lhe a bela Meditação do texto do Evangelho de São Mateus muito profundo,que muito gostei.Fiquei maravilhada com as novenas de São Domingos.Obrigada,Frei José Carlos,pelas belas palavras partilhadas,e pela beleza da ilustração.Que o Senhor o ilumine o abençoe e o proteja.Desejo-lhe uma boa noite.Bem-haja.
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio o texto da Meditação que teceu e a alegria que nos transmite leva-me a saborear de novo cada palavra e a interrogar-me sobre o Reino de Deus que como afirma …” não podemos dizer que está aqui ou está ali, mas que está entre nós e em processo de desenvolvimento. (…)
(…) O Reino de Deus não se reserva para homens e mulheres de um determinado perfil pré-estabelecido, mas como realidade viva e em construção abre-se e acolhe a diversidade, a grande diversidade humana”. …
Como nos salienta depende de cada um de nós deixar-se apanhar pelas malhas da rede que Deus nos lança e …” A pesca será abundante e rica na medida em que nos deixarmos apanhar pelo amor de Deus nas malhas da rede que está estendida pelo mar do mundo.”…
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, profundas, vivas, que nos contagiam e desafiam. Bem-haja. Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva