quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O cego de Betsaida (Mc 8,22-26)

Poderá haver realidade mais expressiva que a cegueira para significar a nossa situação humana de afastados de Deus?
É nessa condição que se apresenta o cego de Betsaida, trazido pela multidão para que Jesus o toque. Não pedem uma cura ou um milagre mas apenas um toque.
Este pedido, formulado desta forma, é a oportunidade para Jesus simbolicamente expressar a sua missão junto da humanidade, de iluminador da humanidade que caminha nas trevas.
Contudo, para que tal aconteça é necessário afastar-se, experimentar a intimidade do Senhor, deixar-se levar pela sua mão para fora da cidade e para longe da multidão. É necessária essa confiança que permite deixar-se levar até ao desconhecido.
O processo de cura deste cego é por demais significativa pela quase ausência de palavras, por uma expressividade gestual que substitui a palavra. O tomar pela mão, o colocar a saliva, a imposição das mãos, são gestos que conduzem a essa intimidade que está mesmo para lá da palavra.
Neste sentido fica-nos o convite a deixar-nos também levar pela mão, a deixar que a saliva da Palavra nos abra os olhos e a fazer essa experiência da intimidade com Jesus.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Obrigada pela partilha da Meditação profunda e bela que através do texto que elaborou e intitulou “O cego de Betsaida (Mc 8,22-26)” conduz-nos ao processo da fé, da experiência da intimidade com o Senhor.
    Esta experiência é pessoal, requer uma longa aprendizagem, de escuta da palavra de Deus, da partilha do testemunho de Jesus, de oração, e requer que estejamos disponíveis para aceitar com humildade o que Jesus nos pede, “sairmos de nós mesmos”.
    Como bem afirma é “necessária a confiança que permite deixar-se levar até ao desconhecido”.
    Bem haja por nos recordar de forma tão bela que “fica-nos o convite a deixar-nos também levar pela mão, a deixar que a saliva da Palavra nos abra os olhos e a fazer essa experiência da intimidade com Jesus.”
    Obrigada, Frei José Carlos, por tantas palavras partilhadas, que nos levam à compreensão da missão de Cristo, ao nosso aperfeiçoamento, ao Caminho do Bem e da Verdade, a Jesus que é a nossa Luz.
    Peçamos a Deus que abençõe o Frei José Carlos e todos os dominicanos e outros religiosos que nos acompanham na compreensão da missão de Jesus junto da humanidade.
    Um abraço fraterno
    Maria José Silva

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