A Igreja celebra hoje a festa de São Cirilo e São Metódio, irmãos de sangue, monge e bispo respectivamente, e Padroeiros da Europa desde 1980, quando o Papa João Paulo II os declarou e os colocou lado a lado com São Bento como modelos da construção europeia.
Na sua festa voltamos a encontrar-nos com a passagem do Evangelho em que Jesus envia os setenta e dois discípulos a anunciar a Boa Nova do Reino às aldeias e vilas aonde ele mesmo havia de ir.
Cirilo e Metódio incarnaram também esta missão e assim como missionários levaram a Boa Nova de Jesus aos povos da Morávia nos meados do século nono. Encontraram-se com os povos eslavos que não falavam nem grego nem latim, mas tal facto não foi para eles um impedimento, pois para anunciarem a mensagem de Jesus arriscaram a criação de um novo alfabeto, o cirilico, graças ao qual se desenvolveu toda uma cultura religiosa que infelizmente ainda nos continua distante e desconhecida.
Como diz Jean-François Colosimo no seu livro “L’Apocalypse Russe”, “o alfabeto cirilico não representa apenas o meio de anunciar o kérigma, mas reveste-se de valor sacramental. Ele constitui um novo começo onde a comunidade, renovada, pode ler a sua herança e a sua finalidade a esta luz da conversão” (p.101).
Neste sentido, e à luz da missão dos setenta e dois discípulos e de Cirilo e Metódio, podemos e devemos de facto interrogar-nos sobre a nossa forma de transmitir a mensagem de Jesus aos outros homens, de que forma podemos constituir novos alfabetos, novas linguagens, de modo que se constituam novas comunidades, ou comunidades renovadas, em que o passado e o futuro é lido à luz dessa mensagem e do apelo à conversão que nos deixa.
Um exercício de imaginação nos é solicitado, mas também um sentido de responsabilidade cultual ou litúrgico, porque se estes missionários criaram um novo alfabeto para transmitirem a mensagem de Jesus não abdicaram da liturgia e da sua riqueza expressiva e simbólica, bem pelo contrário foi ela o primeiro veículo do contacto e de aproximação e foi para ela antes de mais que criaram o mesmo alfabeto.
A história e o tempo presente deixam-nos assim desafios para os quais temos que procurar resposta, mas que não podem estar separadas da luz e da força do Espírito Santo que é o coração que impulsiona toda a missão.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarObrigada por nos recordar e partilhar connosco que a Igreja celebra hoje a festa de São Cirilo e São Metódio, co-padroeiros da Europa, que como missionários levaram a Boa Nova de Jesus aos povos da Morávia e que criaram um novo alfabeto, o cirilico, que facilitou a evangelização dos povos eslavos, a comunicação da mensagem de Jesus.
Que o exemplo de São Cirilo e São Metódio que sem ...”abdicarem da liturgia e da sua riqueza expressiva e simbólica”, nos sirva para nos interrogarmos como afirma o Frei José Carlos sobre a nossa forma de transmitir a mensagem de Jesus ao nosso semelhante, para darmos resposta aos desafios com que somos confrontados na actualidade, num processo dinâmico de conversão, perante novas realidades, para as quais são necessários outros meios.
Frei José Carlos, a questão que nos coloca é muito importante, ela própria um desafio, por que todos somos chamados a dar testemunho de Jesus ... “podemos e devemos de facto interrogar-nos sobre a nossa forma de transmitir a mensagem de Jesus aos outros homens, de que forma podemos constituir novos alfabetos, novas linguagens, de modo que se constituam novas comunidades, ou comunidades renovadas, em que o passado e o futuro é lido à luz dessa mensagem e do apelo à conversão que nos deixa.”…
Bem haja Frei José Carlos pela partilha.
Um abraço fraterno
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata pela beleza maravilhosa que propos para Meditação.É duma profundidade e de sentido que nos deixa um enriquecimento tão grande para estarmos atentos aos desafios para os quais temos que procurar resposta,mas que não podem estar separados da luz e do Espírito Santo,que é o coração que impulsiona toda a missão.
Gostei imenso desta partilha que me ajudou a meditar mais e melhor.Bem haja,Frei José Carlos.
Um abraço fraterno,
AD