quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A vida demencial

 
Defender o nosso estilo de vida não é fácil. E como me escreves tu mesmo, a vida tomou um ritmo demencial. Eu pensava que era apenas aqui que as pessoas estavam loucas de conforto, de automóveis, de máquinas de todos os tipos, de viagens… Mas vejo que também convosco, nesse lugar que era antigamente tão calmo e tão silêncio, acontece o mesmo.
Carta do Arquimandrita Sofrónio ao Padre Boris Stark

Ilustração: Fonte de Baco no jardim do Palácio de Versalhes.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Sabemos que a realidade descrita pelo Arquimandrita Sofrónio ao Padre Boris Stark alastrou como uma mancha de óleo que se propaga sem cessar. A vida tomou um ritmo demencial que acelerou-se exponencialmente, opondo-se ou negligenciando à construção de um outro modelo de desenvolvimento económico, social, cultural e religioso. E o que acabei de escrever não acrescenta nada de novo ao que cada um de nós conhece, observa, vive com indiferença ou sofrimento. A questão que colocou é como alterar esta forma de viver, como podemos todos crentes e não-crentes participar na construção de um mundo melhor, assente num modelo económico diferente, em que a vida não se pauta exclusivamente pelo bem-estar material que nos conduz à alienação, à frustação, à desintegração, mas pelo desenvolviento simultâneo de uma ética de verdade, de amor, de alegria, de fraternidade, em todas as dimensões.
    Ceratamente esta é a questão que muitos de nós coloca diariamente, sentindo-se frustado (a) não pelo excesso de consumo mas pela incapacidade em participar de forma mais activa. É o presente e o futuro da Humanidade que estão em causa.
    Que o Senhor ilumine os nossos passos e que a confiança e a esperança nunca nos faltem.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que não nos deixam indiferentes. Que o Senhor o abençoe e o guarde.
    Votos de um bom dia.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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