terça-feira, 28 de abril de 2009

MEMÓRIA DE UM TERCEIRO DOMINICANO


SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

Os dominicanos celebram hoje a memória de São Luís Maria Grignion de Montfort e tal acontece porque este santo, fundador dos Missionários Monfortinos, foi Terceiro Dominicano, ou seja, pertenceu à Ordem Terceira da Penitência de São Domingos, de que também foi membro Santa Catarina de Sena. A sua devoção pelo Rosário coloca-o como um dos mais devotos e maior difusor desta oração tão intrinsecamente dominicana no século XVIII. Não podemos por isso deixar passar a sua memória sem recordar o que foi a sua vida ao serviço da Ordem, da Igreja e de Cristo.

Luís Maria nasceu a 31 de Janeiro de 1673 na Bretanha, em Montfort sur Meu, povoado de que tomou o nome, no seio de uma família pobre e humilde.
Aos vinte anos mudou-se para Paris para prosseguir os estudos eclesiásticos. Devido à sua condição humilde ficou alojado na casa de um sacerdote que recolhia estudantes pobres. Como a pobreza era grande, para obterem alguns rendimentos velavam durante a noite os defuntos na paróquia de Saint Sulpice. Luis Grignion viveu em Paris com grandes dificuldades o que provocou a debilidade física e a consequente doença que o levou ao hospital.
Recuperada a saúde entrou no seminário de Saint Sulpice devido às virtudes e bons costumes. No seminário foi responsável da biblioteca e das cerimónias, das quais era o mestre. A par das horas dedicadas à oração, dedicava também muito tempo a visitar os pobres e os doentes.
No estudo da teologia procurou imitar São Tomás e procurou aprender a teologia de acordo com os clássicos para combater a corrente jansenista que assolava a teologia francesa sua contemporânea.
Após a ordenação presbiteral em 1700 foi para a Bretanha, juntamente com outros sacerdotes, com a missão de ensinar o catecismo aos pobres e aos pecadores.
Devido ao combate e crítica que fazia do jansenismo foi perseguido e expulso de várias dioceses e por esse motivo dirigiu-se a Roma para obter o apoio do papa Clemente XI para se dirigir às missões estrangeiras. O papa não aceitou o seu pedido e nomeou-o missionário apostólico para a França, com a missão de lutar contra a proliferação do jansenismo.
Luis Maria Grignion regressou a França e sobretudo na Bretanha pregou durante o resto dos seus anos imensas missões populares, difundindo a devoção ao rosário, à santa cruz e a consagração a Jesus por meio de Maria.
Para o cabal cumprimento da missão de que tinha sido encarregue fundou em 1703 com Maria Luisa Trichet a Congregação das Filhas da Sabedoria, destinada ao cuidado das crianças e dos pobres; e em 1705 os Missionários da Companhia de Maria, conhecidos por Monfortinos, para que continuassem a sua obra missionária.
No auge das perseguições foi acolhido pelos dominicanos de Nantes em cujo convento em 1710 fez a profissão de Irmão da Terceira Ordem de São Domingos. A partir desse momento Luis Maria Grignion passou a difundir ainda mais o rosário e em todas as paróquias que pregava fundava uma confraria do rosário.
Luis Maria Grignion viveu de maneira heróica a pobreza, a mortificação, a obediência, o amor aos pobres e a paciência e em 28 de Abril de 1716 entregou a sua vida ao Criador. Foi beatificado por Leão XIII em 1888 e canonizado em 1947 por Pio XII que louvou a solidez da sua espiritualidade, a importância da sua mensagem e o seu trabalho apostólico, apontando-o como modelo de missionário.
Luis Maria Grignion de Montfort teve uma grande influência na espiritualidade posterior através dos seus escritos, publicados já depois de falecido. Entre as suas obras destacam-se O Segredo de Maria, e O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, assim como O Amor à Sabedoria Eterna, O Segredo Admirável do Santíssimo Rosário e a Carta aos Amigos da Cruz.
Os escritos de Luis Maria Grignion de Montfort tiveram uma profunda influência na forma de conceber a devoção à Santíssima Virgem. Ele considera a vida espiritual como uma consagração a Jesus Cristo, sabedoria encarnada, por mediação de Maria e em completa dependência dela, de tal modo que o homem movido por Maria e vivendo nela, com ela e por ela, viva cada vez mais profundamente em Jesus Cristo.

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