sexta-feira, 10 de abril de 2009

ORAÇÃO DE SANTA CATARINA À PAIXÃO


ORAÇÃO DE SANTA CATARINA DE SENA
À PAIXÃO DE JESUS

Oh doce e eterno Deus, infinitamente sublime! Como nós não podíamos elevar até à tua altura o nosso afecto, que era baixíssimo, nem tão pouco a luz do nosso entendimento, por causa das trevas do pecado, Tu grande Médico deste-nos o Verbo através da comida da humanidade.
Aprisionastes o homem e aprisionastes o demónio, não em virtude da humanidade, mas pela divindade. De esta forma, fazendo-te pequeno, fizestes grande o homem; saturado de opróbrios, encheste-o de bem-aventuranças; passando fome, saciaste-o com o afecto da tua caridade; despojando-te da vida, vestiste-o da graça; coberto de vergonha, devolveste-lhe a honra; sendo denegrido na tua humanidade, devolveste-lhe a luz; ao ser estendido na cruz, abraçaste-o e deste-lhe no teu peito refúgio contra os inimigos.
Neste refúgio pode conhecer a tua caridade, porque com ela demonstras que lhe quisestes dar mais do que podias com uma obra finita. Ali encontrou o banho no qual limpou a lepra do pecado da face da alma.
Oh Amor deleitoso, oh Fogo, oh Abismo de caridade! Oh altura incompreensível! Quanto mais contemplo a tua grandeza na paixão do Verbo, tanto mais se envergonha a minha alma miserável de não te ter conhecido, e isto porque estive viva para o afecto dos sentidos e morta na razão. Que deseje hoje a tua incomensurável caridade iluminar os olhos do meu entendimento e os daqueles que me destes como filhos e os de todas as criaturas racionais.
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[1] Cf. OBRAS DE SANTA CATALINA DE SIENA, Edição preparada por José Salvador y Conde. Madrid, BAC, 2007, 482.

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