segunda-feira, 6 de abril de 2009

UNÇÃO DE JESUS EM BETÂNIA


JESUS É UNGIDO POR MARIA DE BETÂNIA

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus.
Então Maria ungiu os pés de Jesus com uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, e enxugou-lhos com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume
.
(Jo 12, 1-3)

Este episódio do Evangelho de São João passa-se na intimidade da casa de Lázaro e das suas irmãs, enquanto que fora a multidão e as autoridades procuram Jesus para o prender. É um episódio muito bem enraizado na tradição evangélica e por isso corresponde certamente a um acontecimento histórico. São Marcos e São Mateus contam o sucedido e como São João colocam o acontecimento na última semana de vida de Jesus. As referências temporais situam o acontecimento antes da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. São Lucas narra um episódio semelhante, mas sem precisar o tempo e num outro lugar. Em São Lucas a unção acontece na Galileia e tem como protagonista uma pecadora.
É neste ambiente de festa que Maria traz uma libra de perfume precioso e com ele unge os pés de Jesus. São João salienta a qualidade e quantidade do perfume e o seu preço extraordinário. Uma libra de perfume equivaleria hoje a 330 gramas e o preço dado pelo cálculo de Judas era de trezentos denários.
Se nos recordarmos que no milagre da multiplicação dos pães os apóstolos reclamam a Jesus a exorbitância de duzentos denários de pão para alimentar a multidão de cinco mil homens que se encontravam com eles, podemos imaginar o valor precioso do perfume com que Maria ungiu os pés de Jesus.
Nos Evangelhos de Marcos e Mateus e ao contrário do Evangelho de João a unção é feita na cabeça. Este gesto pode indiciar uma homenagem devida aos convidados de honra, como que uma consagração da amizade, que no caso de Jesus e na casa de Lázaro era de todo merecida face à restituição à vida deste mesmo. No âmbito do Novo Testamento esta unção assumiu um sentido de investidura messiânica.
Mas com Maria a situação é diferente, e sem qualquer paralelo na literatura judaica, facto que lhe dá um carácter extraordinário e portanto de bastante autenticidade histórica. A surpresa provocada em todos os convidados manifesta também essa mesma autenticidade.
O gesto de Maria pode ser um gesto de puro reconhecimento e agradecimento pelo sucedido a seu irmão, pela amizade demonstrada por Jesus relativamente a Lázaro, a ela própria e à sua irmã. Mas a verdade é que Jesus o interpreta no sentido do seu sepultamento e assim a unção de Maria surge como um contraponto ao banquete que se está a desenrolar. A unção opõe-se à festa, uma vez que o perfume alude à morte.
Esta leitura de Jesus e este contraste deixa subjacente que a vida nova, a vida da festa e do banquete do Reino tem como condição a passagem pela Páscoa de Jesus, pela morte. Contudo, a riqueza do perfume, a sua capacidade de encher toda a casa do seu odor manifesta que a vitória sobre a morte é possível. Será possível nele e com ele.
Acolhendo o gesto de Maria, Jesus mostra a sua liberalidade e liberdade generosas e ainda que não agradeça o gesto, nem fale da generosidade de Maria, como acontece no Evangelho de Marcos, Jesus defende o que aquela mulher acabou de fazer em seu beneficio e beneficio próprio.
Jesus defende Maria e elogia-a porque ela pressente a chegada da hora e nesse sentido antecipa a hora da morte de Jesus, antecipa a sua partida eminente. Com este gesto e com o seu amor Maria comungou intuitivamente e antecipadamente com a Páscoa de Jesus.

1 comentário:

  1. GOSTARIA DE SABER SE TEM LIVROS QUE FALAM SOBRE A VIDA DE MARIA DE BETANIA
    SE TEM COMO FAÇO PARA ADQUIRILOS
    OBRIGADO
    EVA
    MEU EMAIL
    eva.as@terra.com.br

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