Os encontros de Jesus com os fariseus e os escribas nunca foram fáceis e ficamos sempre com a sensação que foram mais desencontros que propriamente encontros. Se por um lado a maior parte deles acontece em função de uma armadilha que querem colocar a Jesus, há sempre uma segunda intenção nas questões que colocam, por outro lado Jesus esbarra sempre nos seus preconceitos e ideias fixas não sendo capaz de os libertar nem de os fazer ver a novidade que ele é.
Neste sentido, quando Jesus lhes diz que vai partir e eles não o poderão acompanhar, imediatamente pensam que ele se vai suicidar, ou seja, vai cometer um acto que segundo a concepção religiosa conduzia a uma perdição total, sem qualquer possibilidade de comunicação ou redenção. Suicidando-se ninguém o poderia acompanhar.
Mas Jesus fala da sua entrega por amor, da sua morte como oferta e pagamento do resgate da humanidade por causa do pecado. Entrega que está marcada não só pela sua vontade e liberdade mas sobretudo por essa relação com o Pai que o enviou, com Aquele que lhe permite também dizer “Eu Sou”.
E é aí, nessa relação e nessa intimidade que os fariseus e os escribas não são capazes de o acompanhar, que nunca o poderão acompanhar, na medida em que se recusam a reconhecer nele o Messias prometido, o filho de Deus feito homem.
É extremamente significativa esta consciência de Jesus da relação e interdependência entre a sua missão, aquilo que vive e faz e a sua intimidade com o Pai, essa consciência e confiança de que Deus está com ele e nunca o abandonou nem abandonará.
E é para nós um desafio, um apelo premente à conversão e a essa mesma confiança, pois de contrário esbarraremos também nos nossos limites, sentir-nos-emos incapazes de enfrentar os combates que se nos apresentam. Não acreditando que Deus está connosco viveremos sempre sós e sujeitos às nossas próprias limitações.
Necessitamos por isso dizer-nos todos os dias, em todas as circunstâncias, fazendo profissão de fé e de confiança “Aquele que me enviou e me ama está comigo” e portanto nele e com ele posso tudo.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata por este belo e maravilhoso texto que partilhou connosco,Aquele que me enviou está comigo,do Evangelho de S. João.
Esta Meditação tão profunda,é a expressão da Identidade de Jesus "Eu Sou"é Deus a falar.
Como nos diz o Frei José Carlos,necessitamos por isso de dizer-nos todos os dias,em todas as circunstâncias,fazendo profissão de fé e de confiança "Aquele que me enviou e me ama está comigo"e portanto nele e com ele posso tudo.
A beleza da ilustração também nos ajuda a meditar mais profundamente a palavra de Deus.
Bem haja Frei José Carlos, por nos dar a contemplar as maravilhas do Senhor.
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarO texto da Meditação que partilha connosco e que intitulou “Aquele que me enviou está comigo” (Jo 8,29) salienta-nos a dificuldade revelada em diferentes encontros de Jesus com os fariseus e escribas que se recusam a “reconhecer nele o Messias prometido, o filho de Deus feito homem.”
E como nos afirma ... a “consciência de Jesus da relação e interdependência entre a sua missão, aquilo que vive e faz a sua intimidade com o Pai, essa consciência e confiança de que Deus está com ele e nunca o abandonou nem abandonará” é “extremamente significativa “.
E o exemplo de Jesus como nos diz …”é para nós um desafio, um apelo premente à conversão e a essa mesma confiança, pois de contrário esbarraremos também nos nossos limites, sentir-nos-emos incapazes de enfrentar os combates que se nos apresentam. Não acreditando que Deus está connosco viveremos sempre sós e sujeitos às nossas próprias limitações”. …
Peçamos ao Senhor com humildade que fortaleça a nossa fé e confiança para que possamos repetir diariamente, como nos diz …”“Aquele que me enviou e me ama está comigo” e portanto nele e com ele posso tudo.”
Obrigada por esta profunda partilha cuja ilustração lembra-nos o “Caminho” de muitos peregrinos.Bem haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me que partilhe a última estrofe da oração que o cardeal Newman dedicou a Jesus (citada no livro “O Tesouro escondido”, de José Tolentino de Mendonça, pág. 96):
……
“Se Tu me dás a mão, não terei medo,
Meus passos serão firmes no andar.
Luz terna, suave, leva-me mais longe:
Basta-me um passo para a ti chegar”.