O grão de trigo foi lançado, à terra.
O corpo entregue sem medida.
Uma pedra sela o túmulo,
o rego da sementeira foi coberto.
Um só e o silêncio.
A noite sem tempo e o dia sem luz.
Apenas o silêncio.
E a solidão do corpo entregue,
a semente lançada.
E a casca como que se rompe,
estala a vida que a habita.
Germina uma força, incontrolável.
Um prolongamento, uma haste
elevar-se e procurar a luz,
porque a escuridão e o calor da terra
já cumpriram a missão.
O ar fresco da manhã, uma folha
um caule e outras folhas.
A flor e o sol
e uma mão cheia de frutos.
Alvos, rubros, dourados,
todos frutos dessa semente entregue
à terra lançada.
Ao cair da tarde, outra semente
outro corpo, nova sementeira.
E o silêncio, outro útero
para nova vida.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio e medito em cada uma das palavras que escreveu. Do escrito e do que cada um de nós apropria.
Obrigada por este profundo e belo poema que intitulou “O silêncio do grão de trigo”. Aguardamos com fé e esperança o grão de trigo frutificado, transformado em caule e espiga que se elevou para ficar connosco, para darmos testemunho da Sua palavra.
Bem haja. Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAo ler este maravilhoso e belo poema que intitulou O Silêncio do Grão de Trigo,e ao Meditar em todas as suas frazes e palavras tão cheias de sentido e profundidade,temos de ter fé e confiança, porque só na ternura e dom de Deus podemos ter esperança,de uma nova vida.
Obrigada Frei José Carlos,pelo excelente poema que partilhou connosco.Gostei muito.Bem haja.
Um abraço fraterno.
AD