É um funcionário real que vem ter com Jesus, um homem que estando ao serviço do rei e dos poderes políticos na cidade de Cafarnaum não seria certamente muito bem visto, uma vez mais um excluído ou alguém muito próximo da rejeição social. E vem ter com Jesus não só porque sabe que ele regressou à cidade, mas sobretudo porque tem o seu filho doente, em perigo de morte.
Conhecedor dos milagres que Jesus operara, do que tinha escutado sobre o acontecido no templo de Jerusalém, este funcionário real vem em busca de auxílio, da salvação para o seu filho moribundo. E nada mais simples que pedir a Jesus que desça até sua casa.
Pedido extremamente marcante no Evangelho de São João, porque descer até à sua casa engloba simbolicamente todo o processo de encarnação, o grande mistério da kenosis do Filho de Deus, que se fez homem e desceu da glória dos céus para habitar entre os homens. O pedido deste homem é afinal o pedido de todos os homens desde Adão, que Deus desça novamente ao encontro de cada um.
E inevitavelmente o confronto de Jesus com a demanda do extraordinário, com a busca de sinais e prodígios, como se Deus não pudesse descer nem aparecer entre os homens senão de forma extraordinária, afinal ao contrário daquela que era a sua realidade como Filho de Deus encarnado Filho de Homem, Palavra eterna feita presença no tempo.
Mas este homem, que insiste no seu pedido, acredita na palavra de Jesus, faz confiança face ao que ouviu dele e nas palavras que Jesus agora lhe dirige de que o seu filho vive e portanto confiante enceta o caminho de regresso a casa. Não necessita de nada de extraordinário, nem necessita mesmo já da presença de Jesus na sua casa, basta-lhe a palavra dada por Jesus, a anuência ao seu pedido de salvação do filho.
Este funcionário real de Cafarnaum manifesta assim uma fé tão suficiente na palavra de Jesus que lhe possibilita a realização do milagre e o posterior prodígio da conversão de toda a sua casa. Não foi necessário nada mais para além dessa confiança total na resposta dada por Jesus para que tudo se alterasse.
Na nossa caminhada de fé este funcionário coloca-nos acutilantemente o desafio da confiança na palavra, o desafio da fé nas palavras de Jesus e na sua resposta, porque à semelhança dos fariseus e dos escribas, contra quem Jesus se indigna, continuamos presos à expectativa de manifestações extraordinárias, de milagres, quando o que nos é pedido, e este homem nos ensina, é que o importante é a fé na palavra, a fé nas palavras de Jesus.
Necessitamos por isso uma conversão das nossas expectativas, um despojamento e libertação do extraordinário, e uma confiança maior na palavra que o Senhor nos deixou e nos profere cada dia, para que no caminho da vida possam acontecer as curas e os milagres que necessitamos e buscamos.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio e fico a reflectir nas palavras da Meditação que partilha connosco que intitulou “O homem acreditou nas palavras de Jesus e pôs-se a caminho (Jo 4,50) enriquecida pela bela pintura. É um texto profundo, simples, belo, onde encontro as palavras que muitas vezes preciso ouvir, repetir a mim própria e de partilhar com alguns amigos e amigas.
Como nos diz no texto, o funcionário real de Cafarnaúm ... “que insiste no seu pedido, acredita na palavra de Jesus, faz confiança face ao que ouviu dele e nas palavras que Jesus agora lhe dirige de que o seu filho vive e portanto confiante enceta o caminho de regresso a casa. Não necessita de nada de extraordinário, nem necessita mesmo já da presença de Jesus na sua casa, basta-lhe a palavra dada por Jesus, a anuência ao seu pedido de salvação do filho. (…) Não foi necessário nada mais para além dessa confiança total na resposta dada por Jesus para que tudo se alterasse.” E continuo a citá-lo, se me permite.
…” Na nossa caminhada de fé este funcionário coloca-nos acutilantemente o desafio da confiança na palavra, o desafio da fé nas palavras de Jesus e na sua resposta, porque à semelhança dos fariseus e dos escribas, contra quem Jesus se indigna, continuamos presos à expectativa de manifestações extraordinárias, de milagres, quando o que nos é pedido, e este homem nos ensina, é que o importante é a fé na palavra, a fé nas palavras de Jesus.”…
Jesus não precisou de estar presente fisicamente para fazer o bem. Inspiremo-nos na actuação de Jesus para que sejamos generosos, solidários com os irmãos que precisam não importa o lugar e o tempo.
Que o Senhor aumente a nossa fé, na confiança do amor e das palavras de Jesus, “para que no caminho da vida possam acontecer as curas e os milagres que necessitamos e buscamos.”
Obrigada Frei José Carlos pela partilha, pelo desafio que nos deixa. Bem haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata por esta bela Meditação que partilhou connosco.Este funcionário real de Cafarnaum,deu atenção a Deus na pessoa de Jesus e nas suas palavras.
Ele acreditou faz confiança,face ao que ouviu dele e nas palavras que Jesus agora lhe dirige de que o seu filho vive,e confiante prosseguiu o caminho de regresso a sua casa.
Não precisou de mais nada.Nós apenas precisamos de dar atenção e louvor a Deus,pelas suas maravilhas.
Obrigada Frei José Carlos,por esta meditação tão enriquecedora,que muito gostei e me ajudou a reflectir mais profundamente.A beleza da ilustração ajuda muito a reflectir.
Bem haja,Frei José Carlos e que o Senhor o ajude sempre a partilhar connosco todas estas maravilhas de Deus.
Um abraço fraterno.
AD