Celebramos hoje a festa de São Tiago, um dos filhos de Zebedeu, companheiro de Jesus desde a primeira hora com seu irmão João, e o primeiro Apóstolo a dar a vida por Jesus às mãos de Herodes no ano 43 da nossa era.
É desta morte e deste sacrifício que Jesus fala quando a mãe dos filhos de Zebedeu se aproxima dele para lhe pedir um lugar de governo para cada um dos filhos. Desde a primeira hora que deixaram tudo para o seguir e portanto é mais que natural que possam sentar-se à sua direita e à sua esquerda no momento do governo. É uma recompensa por tudo o abandonado.
Mas Jesus tem uma outra visão do poder, para além da visão e da consciência que tem da sua própria missão, uma missão bastante distante das lógicas do poder e do governo deste mundo, e que se funda sobre o serviço, o cuidado do outro. É daí que deriva o poder de que Jesus se proclama rei e senhor, porque se oferece, se dá, até ao dom supremo da própria vida.
E neste sentido convida os discípulos, Tiago e João e todos os outros que secretamente aspiravam ao mesmo lugar, a fazer o mesmo, a segui-lo nesse dom e nesse serviço, a colocar-se em último lugar para servir a todos e dessa forma poder exercer o verdadeiro poder.
Poder que, usando palavras de São Paulo, transportamos em frágeis vasos de barro, entre mãos ávidas de possuir e explorar, de apoderar-se e ser servidas. Contudo, é aí e dessa forma que o Senhor nos convida a servir, a exercer o poder do amor e da gratuidade, sabendo que uma qualquer falta de atenção nos pode colocar à beira do abismo do egoísmo.
Não podemos por isso, e tendo presente a parábola do mercador de pérolas, deixar de procurar uma realidade melhor, a pérola preciosa, que neste caso é um serviço ao outro sem qualquer interesse, sem qualquer esperança de resposta ou retribuição, de recompensa. É esse o segredo do tesouro, é afinal esse o grande poder a que o Senhor Jesus nos convida, tudo dar para nessa dádiva se transfigurar o doador, a dádiva e aquele que recebe.
Que o Espírito Santo nos conceda o dom da Sabedoria para sabermos dar e servir, a exercer o poder como Jesus nos convida a fazer.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarNa Meditação que partilha connosco no dia em que celebrámos a festa de São Tiago, recorda-nos o significado das palavras de Jesus relatadas na passagem do Evangelho do dia. E como nos diz, Jesus tem outra visão do poder, não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida para salvar a humanidade. ...” uma missão bastante distante das lógicas do poder e do governo deste mundo, e que se funda sobre o serviço, o cuidado do outro. É daí que deriva o poder de que Jesus se proclama rei e senhor, porque se oferece, se dá, até ao dom supremo da própria vida.”…
Como nos afirma é um convite que Jesus dirigiu aos discípulos e que se dirige a nós. Que difícil, Frei José Carlos, estarmos disponíveis nas nossas relações pessoais, familiares, profissionais, ou outras, com o sentido de verdadeiro serviço, ...“ a exercer o poder do amor e da gratuidade, (…) sem qualquer interesse, sem qualquer esperança de resposta ou retribuição, de recompensa”… E quando o fazemos, por vezes, como somos olhados de “soslaio”, que julgamentos se instauram, até nos meios mais insuspeitos!
Que longo processo de transformação para cumprirmos o convite do Senhor.
Que São Tiago interceda junto do Senhor pela humanidade, peregrinos a Compostela ou peregrinando de outras formas, para que na nossa Caminhada, …“saibamos dar e servir, e exercer o poder como Jesus nos convida a fazer”, como nos exorta.
Obrigada, Frei José Carlos, por esta importante partilha que nos ajudou na reflexão sobre as nossas relações, com o desejo de melhorá-las e que nos conforta. Bem-haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva