Ó ousadia humilde, pedir as migalhas
depois de recusado o pão!
Ó fé sem fronteiras, de mulher pagã!
Como foi possível, chegares tão longe?
Aos pés do Senhor que é alimento,
e não receberes o pão!
Umas migalhas, umas míseras migalhas,
e te contentas!
Só isso basta, umas migalhas…
Elas são já do pão, o possível do pão
que se parte e reparte e também
chega aos cachorrinhos sob a mesa.
Ó humildade de mãe aflita,
qualquer pouco te basta.
E nós mendigando a mesa
farta e gorda, cheia de iguarias,
glutões querendo sempre mais
e mais e melhor.
E umas migalhas bastam,
umas migalhas desse pão do céu
recebidas na humildade.
Satisfeitos ou iludidos por banquetes,
esquecemos que o pouco basta,
apenas um pouco de um raio de sol,
uma borboleta bailando, uma gota de água
ou o cheiro da terra molhada.
Uma migalha Senhor,
ensina-nos a apreciar as migalhas,
do pão nosso e do Pai Nosso.
Ilustração: “As pequenas pedintes”, de William-Adolphe Bouguereau
Frei José Carlos,
ResponderEliminar“(...) E umas migalhas bastam,
umas migalhas desse pão do céu
recebidas na humildade.
Satisfeitos ou iludidos por banquetes,
esquecemos que o pouco basta,
apenas um pouco de um raio de sol,
uma borboleta bailando, uma gota de água
ou o cheiro da terra molhada. (...)
Grata pela partilha do poema profundo e belo que teceu tendo presente o diálogo de Jesus com a Cananeia.
Dêmos graças ao Senhor por uma migalha e peçamos a humildade para saber ...”apreciar as migalhas, do pão nosso e do Pai nosso”.
Bem-haja, Frei José Carlos, pela partilha desta maravilhosa Meditação.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata,pela partilha deste magnífico e belo poema,que partilhou connosco.Como nos diz o Frei José Carlos,e umas migalhas bastam,umas migalhas desse pão do céu recebidas na humildade.A beleza da ilustração,que nos ajuda a reflectir mais profundamente.Obrigada,Frei José Carlos,pela maravilhosa e bela Meditação.Bem-haja,pelas suas palavras reconfortantes.Desejo-lhe um bom fim de semana.
Um abraço fraterno.
AD