Decidimos na última reunião comunitária que nas sextas-feiras da Quaresma íamos fazer algo de diferente nos nossos jantares.
Aproveitando o grupo de pessoas que acolhíamos no convento para rezar, para viver um momento mais forte de penitência e oração, nós nos associávamos a eles.
Aproveitando o grupo de pessoas que acolhíamos no convento para rezar, para viver um momento mais forte de penitência e oração, nós nos associávamos a eles.
Neste sentido, o nosso Prior frei Filipe organizou um jantar leve, frugal, e convidou-nos a um silêncio a que já não estamos habituados, ou eu já lhe perdi o jeito, ou nunca o tive, possivelmente um pouco de qualquer uma destas coisas.
Enquanto jantávamos ao som de uma música de piano não fui capaz de me silenciar, e não é porque tivesse dito alguma palavra ou sentisse necessidade de conversar. Nada disso, bem pelo contrário.
Aquelas músicas de piano faziam-me lembrar um outro jantar há uns anos atrás, num restaurante ainda a cheirar a novo, em que eu e outra pessoa conversávamos e provávamos um vinho, e alguém tocava ao piano uma música que nos envolvia e fazia daquele momento um momento especial. E então o silêncio calava fundo no coração.
Hoje, pelo contrário...
As pessoas que partilharam connosco o jantar e este silêncio musical fizeram-no no desejo de uma conversão, de uma mudança nas suas vidas. Tal como elas também eu estou a necessitar mudar de vida, a converter-me. Que o Senhor nos ilumine os passos a dar.
As pessoas que partilharam connosco o jantar e este silêncio musical fizeram-no no desejo de uma conversão, de uma mudança nas suas vidas. Tal como elas também eu estou a necessitar mudar de vida, a converter-me. Que o Senhor nos ilumine os passos a dar.
Ilustração: “Mulher ao piano”, de Poul Friis Nybo, pintor dinamarquês.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLi, reli e fiquei a reflectir no texto que escrevera com tanta frontalidade e ponderei se devia deixar uma palavra que não é um comentário. Considero que a decisão de partilhar o jantar com os frades, a que gosto de chamar irmãos, porque sinto-os como tal, numa comunidade de escolha pessoal e não por razões geográficas. Sobre o silêncio e a música de fundo provavelmente a escolha não foi a mais adequada, e neste caso, não se trata de uma questão de gostos. Provavelmente o Frei José Carlos não foi o único a não conseguir silenciar-se e falo por mim, como diz ...” não fui capaz de me silenciar, e não é porque tivesse dito alguma palavra ou sentisse necessidade de conversar”. …
Mas houve outros momentos que superaram, Frei José Carlos, como foram as Completas, nesta 1ª. Sexta da Quaresma, quando algo decorreu menos bem ainda que a intenção fosse a melhor.
Muitos de nós precisamos converter-nos, de uma mudança nas nossas vidas, como nos salienta. Façamos nossas as palavras do Frei José Carlos ...” Que o Senhor nos ilumine os passos a dar.”
Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha. Ajudou a reconciliar-me comigo própria e a tranquilizar-me sobre a razoabilidade do que pensara em alguns momentos. Talvez a minha atitude fosse mais correcta se tivesse tido a coragem de dialogar com quem de direito. Bem-haja.
Votos de um bom fim-de-semana.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva