quinta-feira, 28 de abril de 2011

A paz esteja convosco!

As aparições de Jesus aos discípulos depois da ressurreição começam quase sempre com este apelo, este convite à paz. A paz esteja convosco, a paz esteja nos vossos corações.
Na aparição ao conjunto dos discípulos, depois do encontro e manifestação a caminho de Emaús, este convite à paz faz-se mais premente, na medida em que os discípulos reunidos julgam ver um fantasma, um espírito no meio deles. Jesus tinha aparecido no meio deles sem qualquer manifestação extraordinária e também sem ter entrado pela porta.
É por isso necessária a paz e a tranquilidade de coração para perceber que aquele Jesus que está presente entre eles não é um fantasma, é o mesmo Jesus que conheceram. E se Jesus lhes pede um pouco de peixe é para lhes confirmar a realidade da sua presença e da sua pessoa viva entre eles.
Depois de comer, de lhes comprovar fisicamente a sua presença, Jesus começa a ensiná-los, a mostrar-lhes como tudo o que tinha acontecido nos últimos dias tinha sido anunciado pelos profetas e pelos salmos, como toda a sua vida, o que eles tinham visto e partilhado, tinha sido uma preparação para esse momento doloroso que ele tinha passado e eles tinham testemunhado.
Face a tudo isto, à sua presença viva e às razões do acontecido, nenhum deles tinha razão para estar perturbado, para duvidar ou deixar de ter paz no coração. Afinal tudo se tinha cumprido de acordo com a vontade do Pai e o seu amor obediente.
Neste sentido, também a nós é feito o mesmo apelo, o mesmo convite à paz de coração, pois como os discípulos não temos motivos para estar perturbados com Jesus. No mistério da sua incarnação o Filho de Deus fez o caminho dos homens, experimentou as nossas fraquezas e limitações, na sua paixão e morte não só levou ao extremo o seu amor por nós e pela nossa condição de excluídos como por seu intermédio nos resgatou dessa condição, e depois de subir ao céu, de regressar para a glória, intercede junto do Pai por cada um de nós apresentando-lhe a oferta de amor que fez para sempre por todos os homens.
E se tudo isto não bastasse para a nossa confiança e esperança, para a nossa paz de coração, deixou-nos ainda o Espírito Santo, luz e força que clama no nosso coração e nos ilumina na medida dos nossos desejos de fidelidade e obediência à vontade de Deus.
Caminhemos assim em direcção à casa do Pai com essa paz que não se perturba, porque o Senhor é o nosso pastor e nada nos deixará faltar.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Ao recordar-nos o convite à paz que Jesus faz aos discípulos depois da ressurreição, salienta-nos que o mesmo também a nós é feito ...” o mesmo convite à paz de coração, pois como os discípulos não temos motivos para estar perturbados com Jesus.” E ao relembrar-nos o percurso do Filho de Deus desde o mistério da incarnação, assumindo a nossa condição excepto no pecado, sofrendo a Paixão e Morte por amor da Humanidade, para nos salvar, vai mais longe, ao dizer-nos que …”para a nossa confiança e esperança, para a nossa paz de coração, deixou-nos ainda o Espírito Santo, luz e força que clama no nosso coração e nos ilumina na medida dos nossos desejos de fidelidade e obediência à vontade de Deus”…
    Peçamos ao Senhor que a paz esteja connosco, reine nos nossos corações, para afastarmos os nossos receios, as nossas angústias e com confiança e serenidade continuemos o Caminho para Deus.
    Obrigada Frei José Carlos, por esta profunda, bela e reconfortante partilha. Bem haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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