Se havia alguma dúvida sobre a questão tudo ficou esclarecido. Depois da Lei, depois da proximidade circunstanciada na Arca, depois da Palavra dos profetas, agora é o mesmo Senhor que se dá, que se oferece a todo aquele que quiser acreditar nele.
É Ele mesmo que vem até nós, e faz-se de uma forma tão próxima que nos podemos alimentar, que o podemos assimilar interiormente e em toda a totalidade do nosso ser.
Mas como diz Santo Agostinho, de cada vez que comemos o Corpo e o Sangue de Jesus não somos nós que assimilamos o Deus que recebemos, é Deus que nos assimila e assume nessa comunhão; e tal acontece porque o mortal não pode conter o imortal, o finito não pode conter a grandeza do infinito e do eterno, porque o homem que vive de paixões não pode conter o Amor.
Há assim um negócio, uma transmutação que deriva dessa comunhão, desse receber e desejar assimilar, desse comer o pão e o vinho transubstanciados e que consequentemente nos transubstancia também pela força do Espírito Santo.
Por esta razão Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna. Não podia ser de outra forma uma vez que o alimento que recebemos é uma vida, uma fonte de vida e de pertença, uma relação assumida por aquele mesmo que se entrega em alimento.
Neste sentido a nossa comunhão do Corpo e Sangue de Cristo devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.
Que a nossa fome nos conduza e oriente, porque muitas vezes andamos demasiado distraídos desse Pão de Vida que nos é oferecido. “De noche iremos de noche, que para encontrar la fuente, sólo la sed nos alumbra, sólo la sed nos alumbra”.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio, medito no texto da Meditação que partilha connosco, que é profundo, belo, simbolicamente ilustrado, que termina com o maravilhoso refrão do Cântico do Silêncio, de Taizé, inspirado num belo poema de São João da Cruz. Hesitei se devia deixar uma palavra atendendo às razões que me levam a estar ausente da comunhão do Corpo e Sangue de Cristo que reconheço, como nos diz, ...” devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.”…
A questão não se relaciona com a fé, com qualquer dúvida, não é uma “questão de distracção”, ela é de outra ordem.
Um grande obrigada, Frei José Carlos, por nos salientar que “Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna.” …
Peçamos ao Senhor, como nos recorda, …”que a nossa fome nos conduza e oriente”. Bem haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio, medito no texto da Meditação que partilha connosco, que é profundo, belo, simbolicamente ilustrado, que termina com o refrão maravilhoso do Cântico do Silêncio, de Taizé, inspirado num belo poema de São João da Cruz.
Como nos lembra, ...” a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.”…
Um grande obrigada, Frei José Carlos, por nos salientar que “Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna.” …
Peçamos ao Senhor, como nos recorda, …”que a nossa fome nos conduza e oriente”. Bem haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva