quarta-feira, 11 de maio de 2011

Eu Sou o Pão da Vida (Jo 6,35)

Se havia alguma dúvida sobre a questão tudo ficou esclarecido. Depois da Lei, depois da proximidade circunstanciada na Arca, depois da Palavra dos profetas, agora é o mesmo Senhor que se dá, que se oferece a todo aquele que quiser acreditar nele.
É Ele mesmo que vem até nós, e faz-se de uma forma tão próxima que nos podemos alimentar, que o podemos assimilar interiormente e em toda a totalidade do nosso ser.
Mas como diz Santo Agostinho, de cada vez que comemos o Corpo e o Sangue de Jesus não somos nós que assimilamos o Deus que recebemos, é Deus que nos assimila e assume nessa comunhão; e tal acontece porque o mortal não pode conter o imortal, o finito não pode conter a grandeza do infinito e do eterno, porque o homem que vive de paixões não pode conter o Amor.
Há assim um negócio, uma transmutação que deriva dessa comunhão, desse receber e desejar assimilar, desse comer o pão e o vinho transubstanciados e que consequentemente nos transubstancia também pela força do Espírito Santo.
Por esta razão Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna. Não podia ser de outra forma uma vez que o alimento que recebemos é uma vida, uma fonte de vida e de pertença, uma relação assumida por aquele mesmo que se entrega em alimento.
Neste sentido a nossa comunhão do Corpo e Sangue de Cristo devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.
Que a nossa fome nos conduza e oriente, porque muitas vezes andamos demasiado distraídos desse Pão de Vida que nos é oferecido. “De noche iremos de noche, que para encontrar la fuente, sólo la sed nos alumbra, sólo la sed nos alumbra”.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Leio, medito no texto da Meditação que partilha connosco, que é profundo, belo, simbolicamente ilustrado, que termina com o maravilhoso refrão do Cântico do Silêncio, de Taizé, inspirado num belo poema de São João da Cruz. Hesitei se devia deixar uma palavra atendendo às razões que me levam a estar ausente da comunhão do Corpo e Sangue de Cristo que reconheço, como nos diz, ...” devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.”…
    A questão não se relaciona com a fé, com qualquer dúvida, não é uma “questão de distracção”, ela é de outra ordem.
    Um grande obrigada, Frei José Carlos, por nos salientar que “Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna.” …
    Peçamos ao Senhor, como nos recorda, …”que a nossa fome nos conduza e oriente”. Bem haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Leio, medito no texto da Meditação que partilha connosco, que é profundo, belo, simbolicamente ilustrado, que termina com o refrão maravilhoso do Cântico do Silêncio, de Taizé, inspirado num belo poema de São João da Cruz.
    Como nos lembra, ...” a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo devia ser um momento único, transformante da nossa vida e da nossa pessoa, deveria alterar-nos na esperança e na alegria, no amor que pomos nas coisas e com que nos relacionamos com as pessoas, devia afinal transformar-nos em outro alimento para aqueles que à nossa volta ainda passam fome de vida.”…
    Um grande obrigada, Frei José Carlos, por nos salientar que “Jesus nos diz que todo aquele que recebe o seu corpo, que se alimenta de si, não só não se perderá mas ressuscitará para a vida eterna.” …
    Peçamos ao Senhor, como nos recorda, …”que a nossa fome nos conduza e oriente”. Bem haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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