quarta-feira, 18 de maio de 2011

Se és o Messias, diz-nos claramente! (Jo 10,24)

Era Inverno e Jesus caminhava sob o pórtico de Salomão quando uns judeus vieram ter com ele e o intimaram a dizer-lhes claramente se era o Messias. Andavam inquietos e sem saber o que pensar, ou melhor, orgulhosamente sem querer pensar no que viam e lhes era revelado.
Perante tal pressão Jesus responde-lhes como era de prever, com a verdade dos seus actos, reveladores da sua pessoa e da sua missão, pois eram eles que podiam dizer quem ele era e o que fazia.
Uma vez mais e ainda no contexto da imagem do bom pastor Jesus faz alusão à voz, ao dizer, com que é interpelado e com que se constrói a resposta. O pedido dos judeus, “diz-nos”, implica inevitavelmente uma voz, uma palavra, que Jesus remete para si mesmo, para os seus gestos no que eles têm de voz, de proclamação e resposta.
Assim, a claridade da messianidade de Jesus diz-se nos seus gestos, no acolhimento dos pecadores, na cura dos doentes, nos milagres que revelam o seu poder e a sua relação com o Pai. E o conhecimento e reconhecimento dessa messianidade passam inevitavelmente pela sua aceitação como revelação, como expressão da identidade e da missão daquele que os produziu.
Há assim, e como também Jesus nos diz, uma necessidade de atenção, uma disposição para a escuta, uma abertura para que a palavra se faça clara por intermédio dos gestos e dos sinais. Realizando esse processo integramos uma relação que não compromete a liberdade mas exige a nossa cooperação e partilha e nos garante uma salvaguarda contra qualquer perigo ou inimigo.
Por essa razão Jesus diz que as ovelhas que escutam a sua voz, que afinal o reconhecem e aceitam como Palavra proferida pelo Pai, palavra misericordiosa, não se perdem nem podem ser arrebatados da sua mão, são pertença sua por essa relação e reconhecimento mútuos.
Peçamos assim ao Senhor que nos abra os ouvidos e o coração para escutarmos a sua Voz e assumirmos a sua Palavra.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Ao recordar-nos uma das passagens do Evangelho segundo São João (Jo 10,24), salienta-nos que a nossa relação com Jesus ...”
    não compromete a liberdade mas exige a nossa cooperação e partilha e nos garante uma salvaguarda contra qualquer perigo ou inimigo.
    Por essa razão Jesus diz que as ovelhas que escutam a sua voz, que afinal o reconhecem e aceitam como Palavra proferida pelo Pai, palavra misericordiosa, não se perdem nem podem ser arrebatados da sua mão, são pertença sua por essa relação e reconhecimento mútuos.”…
    Façamos nossas as palavras do Frei José Carlos e …” Peçamos assim ao Senhor que nos abra os ouvidos e o coração para escutarmos a sua Voz e assumirmos a sua Palavra.”
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha desta Meditação que nos conforta e encoraja. Bem haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Frei José Carlos,

    Agradeço-lhe esta bela Meditação que partilhou connosco,tão profunda que nos ajuda a meditar e como nos diz o Frei José Carlos,peçamos ao Senhor que nos abra os ouvidos e o coração para escutarmos a sua Voz e assumirmos a Palavra.
    Muito grata por esta partilha que muito gostei.
    Bem haja Frei José Carlos.
    Um abraço fraterno.
    AD

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