Jesus vai a caminho da
cidade de Naim e encontra-se com uma pobre viúva que acompanhada pela multidão
vai a sepultar o seu único filho. Diante de tal cena é impossível ficar insensível,
e Jesus cheio de compaixão aproxima-se daquela pobre mulher e do cortejo
fúnebre.
Jesus sabe a
fragilidade em que aquela mulher se encontra, pois sem marido e sem filho a sua
sobrevivência fica dependente da caridade dos outros, da família e do grupo dos
vizinhos. Mais tarde entregará a sua própria mãe ao discípulo mais querido para
que não lhe aconteça o mesmo.
Ao aproximar-se desta
mulher e ao compadecer-se da sua situação de perda e fragilidade Jesus revela o
coração do Pai, revela a sua missão mais profunda, pois também por causa da
fragilidade da humanidade o Pai o enviou ao mundo. Jesus vem ao encontro das
lágrimas da humanidade, do sofrimento provocado pela perda do que é mais
querido.
Ao ordenar ao filho
desta pobre viúva que se levante e recobre a vida, Jesus anuncia já a sua
vitória sobre a morte e a ressurreição que é oferecida a todos os homens. Jesus
anuncia a possibilidade do fim das lágrimas por causa da morte.
Ao fazê-lo, Jesus
revela uma outra realidade, tantas vezes esquecida; Deus é um Deus de vivos, e
é um Deus de relação, um Deus que se mantém próximo e sensível às preocupações
e sofrimentos da humanidade, não é um Deus distante e insensível, encerrado na
sua glória egoisticamente.
O nosso Deus é um Deus
de amor, um Deus de compaixão, um Deus que arriscou partilhar a nossa condição
humana, a nossa fragilidade, e experimentar o sofrimento nas suas mais diversas
formas, físicas e espirituais, para nos libertar da condenação desse mesmo
sofrimento.
Hoje, Jesus continua a
vir ao nosso encontro compadecido, e convida-nos também a ir ao encontro dos
nossos irmãos de coração aberto, dispostos a partilhar e a aliviar as suas
dores e o seu sofrimento.
Hoje, Jesus continua a
convidar-nos a não chorar. Não será a oportunidade e o momento para olharmos o
nosso dia e à nossa volta com outro olhar?
Ilustração: “Ressurreição
do filho da viúva de Naim”, de Eustache Le Sueur, igreja de Saint Roch, Paris.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio e fico a reflectir no texto da Meditação que partilha, profundo, que me toca especialmente, que vem ao nosso encontro, da nossa realidade, das nossas fragilidades e que simultaneamente nos conforta e desafia. Permita-me que respigue alguns excertos.
...” O nosso Deus é um Deus de amor, um Deus de compaixão, um Deus que arriscou partilhar a nossa condição humana, a nossa fragilidade, e experimentar o sofrimento nas suas mais diversas formas, físicas e espirituais, para nos libertar da condenação desse mesmo sofrimento.
Hoje, Jesus continua a vir ao nosso encontro compadecido, e convida-nos também a ir ao encontro dos nossos irmãos de coração aberto, dispostos a partilhar e a aliviar as suas dores e o seu sofrimento.
Hoje, Jesus continua a convidar-nos a não chorar.”… Que difícil não chorar no nosso peregrinar, silenciosamente, ainda que Frei José Carlos nos convide a “olharmos o nosso dia e à nossa volta com outro olhar”.
Que o Senhor nos conforte e ensine a compaixão, a misericórdia para com o nosso próximo.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas e que ilustrou maravilhosamente. Que o Senhor o ilumine, o abençoe e proteja.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
O Bom Samaritano
Senhor, abre hoje os nossos corações,
para que eles estejam sempre disponíveis para os nossos próximos.
Que nós os reconheçamos em todos os momentos
e em todas as situações.
Que nós estejamos sempre dispostos a ajudar,
a servir os nossos próximos,
não para aliviarmos as nossas consciências,
mas por amor Senhor, por amor.
Para que seja verdade e vida em nós
o Teu Mandamento:
«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com
toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento,
e ao teu próximo como a ti mesmo.»
Ámen.
(extraído da internet, “apenas oracão”)