É uma mulher que do
meio da multidão elogia a mãe de Jesus, colocando a sua grandeza e felicidade
na maternidade, no facto de ter dado à luz e amamentado um filho tão especial.
É um elogio que
podemos dizer que fica bem, porque como diz o povo “quem meu filho beija minha
boca adoça”. Neste caso os polos invertem-se e é a mãe que é beijada pelo
elogio para ser adoçado o filho.
Jesus não precisa
destes subterfúgios para fazer o bem e sabe também que a grandeza daquela que
lhe deu a vida não está na maternidade mas no acolhimento da proposta de Deus
de participar com a sua maternidade no projecto de salvação.
A grandeza de Maria
radica no acolhimento da Palavra de Deus, no convite feito pelo anjo Gabriel
para ser mãe do Salvador, com tudo o que isso implicava de desconhecido, de
risco, de um futuro insuspeito.
Foi esse acolhimento,
essa aceitação, que lhe permitiu ser mãe, que lhe permitiu que o Verbo se
gerasse no seu seio e o pudesse amamentar depois de nascer. Foi esse
acolhimento que lhe permitiu enfrentar todos os desafios e situações que
derivaram desse mesmo nascimento, como a fuga para o Egipto ou a perda do
menino em Jerusalém.
Também a nós, a cada
um de nós, é feito o mesmo convite, é oferecida a mesma oportunidade. Também nós
podemos gerar o Verbo e alimentá-lo na nossa carne. Todos estamos chamados e
convidados a essa felicidade, a poder realizar a maternidade ou a paternidade
da Palavra de Deus.
E em verdade, cada um
pode e tem a sua maneira pessoal de a realizar. A Palavra não se copia em cada
um de nós, não é o fruto de um processo de clonagem, mas incarna-se
verdadeiramente assumindo a realidade da nossa própria humanidade e da história
que vivemos. A Palavra faz-se Verbo em cada um de nós.
Para tal necessitamos
dispor-nos a isso, acolhê-la na nossa vida e tal como diz Jesus, guardá-la na
nossa vida nesses pequenos gestos do quotidiano que a fazem carne e a fazem
vivente, que a fazem incarnação aqui e agora.
Apesar de todas as
nossas interrogações e fragilidades, da nossa pequenez e descuidos, que
saibamos como Maria dizer sim, que se faça em nós a tua Palavra.
Ilustração: “Virgem com o menino”, Fresco de Pinturicchio, Capela do Bispo de
Eroli, Catedral de Spoleto.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarMuito grata pelo excelente texto do Evangelho de S.Lucas,que partilhou connosco.Como nos diz o Frei José Carlos e muito bem,a grandeza de Maria radica no acolhimento da Palavra de Deus,no convite feito pelo Anjo Gabriel para ser mãe do Salvador,com tudo o que isso implicava de desconhecido,de risco,de um futuro insuspeito.
Também a cada um de nós,é feito o mesmo convite.Apesar de todas as nossas interrogações e fragilidades da nossa pequenez e descuidos,que saibamos como Maria dizer sim,que se faça em nós a tua Palavra.Obrigada,Frei José Carlos,pelas suas maravilhosas palavras,que nos ajudam a Meditar mais profundamente.Desejo-lhe um bom fim de semana.Que o Senhor o ajude e o abençõe e proteja.Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminar“Felizes os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática,” (Lc 11,28), como fez Maria ao acolher o convite do anjo São Gabriel para ser mãe do Salvador com as consequências daí provenientes que passarão pela alegria e pelo sofrimento intangível. Jesus não rejeitou o elogio que aquela mulher dedicava a Sua mãe mas vai mais além, como Frei José Carlos no texto que partilha ao recordar-nos que esse convite também é dirigido a todos nós.
...” Também a nós, a cada um de nós, é feito o mesmo convite, é oferecida a mesma oportunidade. Também nós podemos gerar o Verbo e alimentá-lo na nossa carne. Todos estamos chamados e convidados a essa felicidade, a poder realizar a maternidade ou a paternidade da Palavra de Deus.
E em verdade, cada um pode e tem a sua maneira pessoal de a realizar.”… Mas como nos recorda …“A Palavra faz-se Verbo em cada um de nós” se estivermos disponíveis a isso, a “acolhê-la na nossa vida e tal como diz Jesus, guardá-la na nossa vida nesses pequenos gestos do quotidiano que a fazem carne e a fazem vivente, que a fazem incarnação aqui e agora.”…
Um grande obrigada, Frei José Carlos, pela partilha da Mediatação, de grande espiritualidade, humanidade e beleza, por exortar-nos a seguir o exemplo de Maria ao convidar-nos … “apesar de todas as nossas interrogações e fragilidades, da nossa pequenez e descuidos, que saibamos como Maria dizer sim, que se faça em nós a tua Palavra.”
Que a graça do Senhor o abençoe e o ajude sempre, particularmente, nos momentos mais difíceis. Bem-haja.
Votos de um bom domingo.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva