É extremamente fácil
pedir uma prova, pedir um sinal, tal como faz a multidão a Jesus para que possa
acreditar nele.
Um sinal é algo
externo, uma convenção que tacitamente é aceite pelas duas partes e nessa
medida se torna garantia de verdade e de confiança.
O sinal, ou a prova, é
por outro lado uma certa passividade, uma abdicação da nossa responsabilidade,
do risco de ir mais além, é uma barreira ao confronto com o desconhecido ou o
imprevisto.
Talvez por isso, por
essa abdicação da responsabilidade, Jesus se recusa a apresentar qualquer sinal
à multidão, talvez porque o sinal é ele próprio e portanto não se pode
exteriorizar, não se pode transferir a outra realidade convencionada.
Jesus é pessoa, é a
possibilidade de relação, alguém que se oferece e se faz caminho para o Pai e
para a felicidade prometida desde a criação. Jesus é nesta medida um anti sinal,
pois tal como aconteceu com Jonas, é necessário acreditar nele para perceber e
ver o que ele diz e o que ele significa.
Jesus não permite a
exterioridade, não permite a convenção, mas bem pelo contrário exige o
arrependimento e a conversão, a adequação àquilo que ele é, à sua pessoa, e é
nesta adequação e adesão que acontece a significatividade.
É pela vida que dá de
forma abundante e livre, pela possibilidade de transformação da nossa vida com
a sua aceitação, que Jesus se torna sinal, um sinal vivo e vivificante. Necessitamos
por isso acolhê-la com confiança para conseguir interpretar o sinal que nos é
oferecido.
Ilustração: “Profeta
Jonas”, Miguel Ângelo, Capela Sistina, Vaticano.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio e fico a reflectir sobre o excerto do Evangelho (Lc 11, 29-32) e o texto da Meditação que elaborou e sobre a forma que cada um de nós manifesta na busca de um sinal de Deus. “Disse Jesus a Tomé: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto»". E quantas vezes, ao longo da nossa vida, o Senhor deu-nos provas da Sua manifestação, mas não fomos sensíveis ou capazes de interpretar o invisível. É importante sermos nós próprios procurando em liberdade e ao longo do nosso peregrinar construir uma relação de intimidade com Deus, sabendo que o caminho é acidentado.
Como nos salienta …” Jesus é pessoa, é a possibilidade de relação, alguém que se oferece e se faz caminho para o Pai e para a felicidade prometida desde a criação. Jesus é nesta medida um anti sinal, pois tal como aconteceu com Jonas, é necessário acreditar nele para perceber e ver o que ele diz e o que ele significa.” …
Grata, Frei Carlos, pela partilha da Meditação, profunda, que nos encoraja e dá confiança, por recordar-nos que …” pela vida que dá de forma abundante e livre, pela possibilidade de transformação da nossa vida com a sua aceitação, que Jesus se torna sinal, um sinal vivo e vivificante.”…
Que o Senhor o ilumine, o abençoe e proteja.
Continuação de boa semana. Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva