quinta-feira, 28 de junho de 2012

Equipamento para o Caminho de Santiago

Como já me referi anteriormente à mochila e às botas, duas peças imprescindíveis do equipamento para o Caminho de Santiago, não vou tratar hoje delas. Vou apenas abordar o que vamos colocar dentro da mochila, aquilo que de facto faz falta e nos facilita o caminhar.
Antes de mais temos o saco cama, pois, apesar de os albergues de peregrinos habitualmente terem colchões de espuma, quer em beliches quer no chão, necessitamos de uma protecção para a noite, uma vez que não vamos encontrar nem lençóis nem cobertores.
Há quem leve também um lençol para cobrir o colchão e ocultar uma ou outra sujidade que em alguns lugares se encontra. Nos anos anteriores nunca senti essa necessidade, não encontrei situações graves de falta de higiene e por isso não costumo levar.
Face à perspectiva de fazermos o Caminho com calor, pois estamos no verão, o mais aconselhável é um saco cama ligeiro, leve, de simples fibra. Para quem optar por fazer o Caminho no inverno um saco mais quente é preferível, pois são raros os albergues com aquecimento.
Face à existência dos albergues municipais, das associações de amigos ou paroquiais, qualquer proposta de carregar com uma tenda é uma loucura e um peso completamente dispensável.
Também a proposta de carregar com equipamento para cozinhar é dispensável, pois não só encontramos nos albergues algum equipamento para preparar ou aquecer alguma refeição, como habitualmente acabamos por ir comendo pelo caminho ou então encontrar um grupo ao qual nos juntamos e terminamos por partilhar o jantar.
Contudo, isto não dispensa um pequeno canivete, para a fruta ou o pão, e um pequeno garfo plástico para tirar as sardinhas de uma lata. Um canivete suíço nestes casos é bastante útil.
Se pensarmos fazer alguma etapa ainda de noite, pelo escuro da madrugada, e isso pode acontecer devido ao calor, é imprescindível uma pequena lanterna. Dá também jeito durante a noite se necessitarmos ir à casa de banho, pois não se acendem as luzes nem se perturba o sono daqueles que descansam.
No âmbito dos acessórios dão jeito também três ou quatro molas da roupa, pois necessitaremos delas para prender a roupa que lavarmos ao fim da jornada nos albergues, ou pendurá-la na mochila se não tiver secado até voltarmos a andar.
Em termos de vestuário vamos ter presente que estamos no verão e não vamos para nenhuma festa de gala. Assim, optamos pelo mínimo e pelo mais simples e confortável.
Levamos 3 camisetas, t’shirts, de algodão. Uma para usar durante a caminhada, outra para os momentos de descanso, e uma terceira para a noite, se necessitarmos. Como nos albergues se pode lavar a roupa, a camiseta da caminhada será lavada e estendida cada dia para que no dia seguinte esteja operacional. Poupamos assim no peso.
Faremos o mesmo com a roupa interior, e assim teremos uma muda para a caminhada e outra para o tempo de descanso. Para a noite poderemos usar um calção de pijama ou do género, sempre leve. No caso de uma emergência sempre se poderá comprar qualquer coisa numa loja no caminho.
Para a caminhada usaremos um calção multi-bolsos, o que nos permite alguma arrumação extra. No caso de ser possível uma daquelas calças que se podem transformar em calção, melhor, porque em algum momento da madrugada ou do sol mais intenso poderemos necessitar alguma protecção extra para as pernas. Outro calção seguirá dentro da mochila para os momentos de repouso ao final de cada jornada.
Uma camisola ou casaco leve de malha polar também serão necessários para o tempo fresco da madrugada ou para os mais friorentos. Outra opção é um casaco tipo corta-vento, que facultará alguma protecção contra o frio e contra a chuva.
Imprescindível é a toalha para o banho, e neste caso optamos por uma toalha de microfibra pois não só ocupa pouco espaço como é facilmente lavável. Não esquecemos, obviamente, o chapéu para o sol.
E por fim as meias grossas, de algodão, para um maior conforto do pé dentro da bota ou na sandália. Levaremos três pares, já contando que um par se possa molhar ou não seque para o dia seguinte e portanto necessitemos de nos socorrer da reserva. Este número supõe a lavagem diária das meias usadas durante a caminhada.
Com isto, e sem quase darmos conta, já temos a mochila praticamente cheia.

Ilustrações: Aspectos do albergue de peregrinos de Navarrete. Caminho de Santiago. 6 de Maio de 2010.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    O essencial que se coloca na mochila, pelas vivências feitas como Peregrino, ... como nos afirma ...” sem quase darmos conta, já temos a mochila praticamente cheia”. Com a preparação espiritual e física que se foi fazendo, aproxima-se, com entusiasmo o início do Caminho.

    Permita-me que cite um dos “Mandamentos do Peregrino a Santiago de Compostela” que partilhou em 2010:

    … “ 6 – Inicia o Caminho sem nenhum tipo de preconceitos. Nem sobre os teus irmãos de outras nações, nem sobre as simples gentes dos povoados, nem sobre as raízes religiosas de cada um. Sobretudo sê humilde e livre. Não esqueças que em qualquer ponto do Caminho te podes encontrar com Deus. Em realidade, Ele é o teu companheiro de caminho”. …

    Que o Senhor vos abençõe e proteja.

    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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