Não é raro encontrarmos pessoas que nos dizem que não rezam, que não sabem rezar, que não sabem o que dizer ou até que já se esqueceram das orações que aprenderam em pequenos, muitas vezes ao colo da mãe ou da boca da avó.
Encontramos situações diversas, e perante elas não podemos responder de outra forma senão com as palavras de Jesus: “quando orardes não digais muitas palavras, porque o vosso Pai sabe bem o que precisais”.
E ainda que estas mesmas palavras nos levantem dificuldades, porque se Deus já sabe para quê recordar lhe, a verdade é que nós necessitamos de ser recordados, necessitamos ser colocados em presença da grande realidade que nos envolve, derivando daqui a resposta àqueles que não sabem já rezar ou não encontram as palavras.
De facto, não são necessárias muitas palavras, por vezes o silêncio é suficiente, mas mesmo aí nesse silêncio encontramo-nos com a grande circunstância em que nos movemos e que Jesus nos revelou, a paternidade divina.
Neste sentido a nossa oração é um situar-se face ao Pai, é reconhecer-se filho, é sentir os homens e as mulheres que nos rodeiam como irmãos, é constituir uma família, porque é esse o grande mistério de Deus e a oferta que nos faz enquanto imagens suas.
Pai é afinal a primeira e a última palavra da nossa oração, o princípio de onde partimos e o fim a que nos dirigimos. Pai é o caminho que vamos fazendo, descobrindo em cada passo a sua força e nos irmãos que nos acompanham a sua presença confortante.
Pai é a palavra que nos coloca em relação, que não nos deixa sós e entregues a nós próprios, que nos faz encontrar a verdade da nossa própria natureza e identidade.
Pai porque somos filhos, nosso porque somos irmãos, e tudo com Jesus Cristo e por Jesus Cristo.
Ilustração: “Criança a rezar nos joelhos da mãe”, desenho a lápis com aguarela de Pierre Édouard Frére, Walters Art Museum.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLeio e reflicto no texto da Meditação que teceu, palavra a palavra, e que constitui o texto da meditação de cada frase do Pai-Nosso. Oração que Jesus nos ensinou e que nos permite partilhar da intimidade da relação filial com Deus, que nos leva a dirigir-nos a Deus em nome de todos os irmãos, a pedir o pão material e espiritual, a perdoar para ser perdoado e que o Senhor não nos deixe cair em tentação. Oração que à semelhança de todas as outras não deve ser rezada em correria, mas cada palavra meditada e saboreada. Quantas vezes, preciso voltar ao princípio, Frei José Carlos, porque não consegui que o meu coração, a minha mente estivessem abertas ao silêncio, ao encontro verdadeiro.
E como nos recorda ...” Pai é a palavra que nos coloca em relação, que não nos deixa sós e entregues a nós próprios, que nos faz encontrar a verdade da nossa própria natureza e identidade.
Pai porque somos filhos, nosso porque somos irmãos, e tudo com Jesus Cristo e por Jesus Cristo.”
Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, profunda, bela e maravilhosamente ilustrada. Que o Senhor o ilumine e o abençõe.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos que volte a partilhar a Oração do PAI-NOSSO do BREVIÁRIO CALDEU extraída do livro “ UM DEUS QUE DANÇA”, Itinerários para a Oração, Padre José Tolentino, Maio de 2011.
Pai-Nosso invisível que estais nos Céus/seja santificado em nós o Teu Nome/porque no Teu Espírito Santo,/Tu próprio nos Santificastes.//
Venha a Nós o Teu Reino/Reino prometido a quantos amam Teu amor./Tua força e benevolência repousem sobre teus servos/aqui em mistério e lá na tua misericórdia.//
Da mesa que não se esgota/dá alimento à nossa indigência/ e concede-nos a remissão das culpas/Tu que conheces nossa debilidade.//
Nós Te pedimos:
Salva aquilo que criastes/E livra-o do maligno que procura o que devorar./A Ti pertencem Reino, Poder e Glória, Ó Senhor.//
Não prives da tua bondade os Santos!