segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma mochila para o Caminho de Santiago

Ao pensarmos fazer o Caminho de Santiago, seja o mais longo, o Caminho Francês, para o qual necessitamos de um mês, seja o mais curto, o Caminho Português, para o qual necessitamos de uma semana, uma das questões que se colocam em termos de preparativos é a da escolha da mochila.
Antes de mais não podemos esquecer que é nela que vamos transportar o necessário para o Caminho, mas também que vai ser a nossa companhia de cada quilómetro andado e a andar e por isso é inevitavelmente necessário que se faça uma boa escolha.
Um dos primeiros aspectos a ter em conta é o seu peso e a sua capacidade. Naturalmente tenderemos a escolher uma mochila com bastante capacidade, pois imaginamos que vamos precisar de levar muita coisa, ou então queremos fazer do caminho uma experiência luxuosa, quando afinal é também um desafio à nossa capacidade de viver com o mínimo indispensável.
Assim sendo, a mochila não deve exceder em capacidade dez por cento do nosso peso corporal, o que em si representa já alguma dificuldade para a caminhada, e depois não podemos querer enchê-la até ao limite da sua capacidade.
Outro aspecto a ter em conta é a sua resistência e adaptabilidade ao corpo, ou seja, o desenho ergonómico, porque também isto é importante. Assim, ao escolher a mochila convém ter em atenção não só as alças, que devem ser resistentes e almofadadas para evitar irritações nos ombros, mas também o chamado cinto, que prende a mochila à cintura.
Ao caminhar, quanto mais moldada e presa for a mochila ao nosso corpo menos dificuldades provoca ao andamento, bem como possibilidades de acidentes por desequilíbrio. Deve por isso o cinto ir fechado e à medida da cintura da pessoa, as alças com a devida folga, e a correia junto ao peito igualmente fechada.
Um último aspecto são os diversos compartimentos e divisões que possa ter, os bolsos onde se podem guardar as pequenas coisas. De facto dão jeito, e servem para guardar pequenos objectos como a bolsa de higiene, a farmácia, ou o rolo de papel higiénico, mas não devem ser demasiados, pois em alguns modelos têm mais função decorativa que utilitária e acabam por aumentar apenas o peso da mochila e ter pouca utilidade.
Ao comprar a mochila devemos por isso fazer uma boa escolha, optando por uma mochila leve, adaptada ao nosso corpo e capacidade física e que não dificulte a caminhada.

Ilustração: Mochila à entrada da capela do “Ecce-Homo”, em Valdeviejas, Astorga. Caminho de Santiago, Maio de 2010.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Leio com satisfação e interesse o texto que elaborou e intitulou sobre “Uma mochila para o Caminho de Santiago”. A contagem decrescente do momento da partida já se iniciou. Permita-me que cite um dos “Mandamentos do Peregrino a Santiago de Compostela” que partilhou em 2010:

    ...” 5 – O equipamento mais importante é a tua atitude de busca…”

    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha. Que o Senhor o abençoe e proteja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Perder uma oportunidade como a que se apresenta neste momento, Frei José Carlos, é para mim muito triste. Os conselhos e as sugestões que connosco partilha deixam vislumbrar a alegria da fraternidade e do reencontro. À esperança que alimentarei até à partida, acreditando sempre que se tiver de ir vou, se for da vontade de Deus, hei-de receber o sinal, opõe-se o espectro do cumprimento do dever que, negligenciado, toldaria a paz e a alegria necessárias a quem busca a conversão no caminho.
    Tenha uma santa noite,
    GVA, a amiga de sempre

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