domingo, 9 de outubro de 2011

Apólice de Seguro para o Mobiliário do Convento de São Pedro de Sintra

A dezasseis de Agosto de 1951 a comunidade do Convento de São Pedro de Sintra contrata com a Companhia de Seguros Norwich Union, com escritórios na Rua Bernardino Costa, 47, ao Corpo Santo, um seguro contra incêndios para o mobiliário existente na casa.
Pela Apólice, e relação dos bens segurados, podemos perceber o património móvel que compunha a casa e algumas das alfaias litúrgicas que os dominicanos canadianos tinham trazido consigo, pois quando chegaram a Portugal em 1948 para além dos pertences pessoais traziam também algum outro equipamento para as primeiras necessidades litúrgicas e pastorais.

Relação do segurado na Apólice:
Móveis e adornos mobiliários, avaliados em 150 mil escudos.
Roupas de cama e mesa, avaliada em 55 mil escudos.
Fatos de uso, no valor de 50 mil escudos.
4 Cálices, 3 Cibórios e 1 Custódia, avaliados em 12 mil escudos.
Órgão, pick-up e grafonola, no valor de 25 mil escudos.
Louça, vidros e trem de cozinha, avaliados em 30 mil escudos.
4 Máquina de escrever, no valor de 30 mil escudos.
Painéis, e pelos quais não se abonava mais de 500 escudos, 1500 escudos. Não havendo qualquer referência mais explicita supomos que estes painéis fossem quadros com pinturas.
Livros impressos, pelos quais também não se abona mais de 500 escudos por obra, 80 mil escudos. O que significa que a comunidade possuía já uma biblioteca razoável. Sabemos também que na vinda do Canadá, entre o equipamento enviado constavam livros para o serviço litúrgico e para a formação.
Paramentos eclesiásticos, avaliados em 75 mil escudos.
3 Aparelhos de telefonia, no valor de 22 mil escudos.
1 Máquina de cinema e projector, no valor de 20 mil escudos.
1 Imagem em Madeira de Nossa Senhora de Fátima, avaliada em 18 mil escudos.
3 Kodaks e 1 Cine Kodak, no valor de 15 mil escudos.

Não deixa de ser interessante verificar, neste elenco patrimonial, o conjunto de aparelhos eléctricos que os padres do Convento de São Pedro de Sintra seguraram, e que certamente chamaram a atenção daqueles que com eles conviveram e trabalharam. No longínquo ano de 1951 não seria de todo comum em Portugal e nos ambientes religiosos este material.
Talvez por essa razão, quando um ano mais tarde, em 1952, e pouco antes da passagem do noviciado de Sintra para o convento novo de Fátima, face à anulação do seguro por parte dos dominicanos, a Companhia de seguros tenha feito todas as diligências para continuar a segurar o equipamento, como se pode verificar pela carta enviada ao Padre Sylvain aos 29 de Agosto de 1952.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Li com interesse a relação dos bens segurados a propósito da celebração do contrato de seguros dos bens móveis com a Companhia de Seguros. E é como o Frei José Carlos diz, da relação constam um conjunto de bens que ...“chamaram a atenção daqueles que com eles conviveram e trabalharam (aparelhos eléctricos e outros). No longínquo ano de 1951 não seria de todo comum em Portugal e nos ambientes religiosos este material.”…
    É um bom indicador dos interesses culturais e do papel dos mesmos na formação integral do ser humano, preocupação dos dominicanos.
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha. Bem-haja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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