Depois de uma preparação para a missão Jesus envia os discípulos dois a dois.
Não nos costumamos fixar nesse pequeno pormenor de que os envia à sua frente, que são como que batedores de terreno, emissários de alguém que virá depois com mais poder e de maior importância.
Este pormenor tem no entanto bastante importância e complementa as condições para a missão e os critérios de actuação, porque de facto em função da forma como agirmos, em função da fidelidade e da coerência assim será o acolhimento daquele que nos enviou em missão.
Neste sentido cabe-nos fazer um exercício diário de avaliação, cabe-nos aferir das portas e possibilidades que abrimos ao acolhimento da novidade de Jesus e da sua mensagem. E cabe-nos também concluir que muitas vezes mais que abrir portas acabámos por as encerrar, por tornar o caminho da descoberta mais difícil e longo.
Num encontro com os doutores da lei, Jesus condena-os por colocarem grandes fardos às costas dos outros e nem os moverem com um dedo, de complicarem a lei da Aliança de tal forma que se tornava impraticável.
Podemos e devemos perguntar-nos se não somos acusáveis da mesma desgraça, se de facto não damos uma imagem mais complicada de Deus do que Ele verdadeiramente é.
Na homilia que o frei Bento Domingues proferiu esta tarde, na celebração da Eucaristia conventual, dizia-nos que a maior novidade que podemos anunciar, porque foi também a grande descoberta e revelação de Jesus, é que somos amados por Deus, somos filhos muito amados.
Se formos capazes de viver dessa verdade, com fidelidade e coerência, certamente estaremos à frente de Jesus e aqueles que connosco viverem não terão qualquer dificuldade em O acolher.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarBem-haja, pelo texto profundo e maravilhoso que partilha connosco e que intitulou “Jesus mandou-os à sua frente (Lc 10,1).
O texto que elaborou vem ao encontro de uma questão que coloco a mim própria, desde há longos anos, por mim e por muitos outros, pelas dificuldades encontradas. Pergunto-me, no diálogo que tenho com Jesus: Senhor, porque tornou o ser humano, a vivência do ser cristão, tão difícil, como os doutores da lei, afastando-nos de certos actos?
É como diz, Frei José Carlos, ... “Num encontro com os doutores da lei, Jesus condena-os por colocarem grandes fardos às costas dos outros e nem os moverem com um dedo, de complicarem a lei da Aliança de tal forma que se tornava impraticável.
Podemos e devemos perguntar-nos se não somos acusáveis da mesma desgraça, se de facto não damos uma imagem mais complicada de Deus do que Ele verdadeiramente é.”….
Obrigada, Frei José Cralos, por este texto, profundo e pertinente, que nos dá um sopro de entusiasmo e muita força …” a grande descoberta e revelação de Jesus, é que somos amados por Deus, somos filhos muito amados.”…
Um abraço fraterno,
Maria José Silva