Na véspera da abertura do Noviciado no Convento de São Pedro Mártir, instalado na Quinta de São Pedro em Sintra, alguns jornais deram notícia do acontecimento.
O jornal “Diário do Minho”, publicado em Braga, informa os seus leitores do sucedido logo na primeira página, bem como o jornal “A Voz” publicado em Lisboa. O “Novidades” anuncia o acontecimento na segunda página e o jornal “A Defesa”, publicado em Évora, numa página que não nos foi possível identificar, uma vez que não tivéssemos acesso ao jornal mas aos recortes da notícia.
A notícia repete-se nos diversos jornais sem qualquer alteração na composição. Apenas o “Diário do Minho” no final “saúda a Ordem Dominicana neste grande dia para Portugal Católico”.
Aqui deixamos o texto da notícia:
Inaugura-se manhã, com solenidade, na quinta de S. Pedro, em Sintra, um convento prioral da Ordem Dominicana, sob a invocação de S. Pedro Mártir, e nele o Noviciado da Província Dominicana Portuguesa sob o patrocínio de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
A cerimónia começará às 15 horas, pela leitura do Rescrito Apostólico que autoriza a abertura do novo convento e noviciado, dos decretos do Mestre Geral da Ordem que os erige canonicamente, e da nomeação do primeiro Prior.
Seguidamente, proceder-se-á à Tomada de Hábito de 6 Postulantes, que iniciarão nesse dia o seu noviciado.
Em seguida usarão da palavra o Muito Reverendo Padre Pio M. Gaudrault, Vigário Geral dos Dominicanos em Portugal e Muito Reverendo Padre Tomás M. Videira, Superior do Seminário Dominicano de Aldeia Nova.
A cerimónia terminará pelo canto de Completas e bênção solene do Santíssimo.
É esta uma hora de júbilo intenso para os Dominicanos portugueses e para todos os que, desde longa data, têm espalhado e se têm interessado pela restauração da antiga e gloriosa Província Lusitana da Ordem de S. Domingos que deu à Ordem e à Igreja, S. Gonçalo de Amarante, S. Gil de Santarém e Santa Joana de Aveiro e cujos anais encerram nomes imortais como os de D. Frei Bartolomeu dos Mártires, Frei Luís de Granada (espanhol de origem mas português de coração e seu Provincial), Frei Luís de Sotto-Maior, Frei Jerónimo de Azambuja, Frei Francisco Foreiro, Frei Luís de Sousa e tantos outros…
Este jubiloso acontecimento deve-se ao zelo e carinho do actual Mestre Geral da Ordem que, aquando da primeira visita que fez aos Dominicanos portugueses, declarou ser seu firme intento restaurar quanto antes a amada Província Lusitana, e fornecer para isso os necessários meios e auxílios.
E, na verdade, não faltou ao prometido, pois pediu à florescente Província dominicana do Canadá, alguns religiosos que viessem activar em Portugal a obra da restauração. Confiou a chefia desta obra a um dos mais eminentes religiosos da Ordem, o Muito Reverendo Padre, Mestre em Teologia, Pio Maria Gaudrault, ex Provincial do Canadá e pessoa que alia ao muito saber grande experiência das coisas de governo e de organização. Ficou Sua Reverência governando os Dominicanos portugueses com o título de Vigário do Mestre Geral.
Em carta que acaba de escrever ao seu Vigário em Portugal, o Mestre Geral diz, entre outras coisas, o seguinte:
“Na ocasião da reabertura do Noviciado nesta antiga Província, após uma longa supressão, sinto grande alegria ao verificar como o nosso Santo Fundador nos abençoa e quer voltar triunfante com os seus Filhos a Portugal. Permita ele que estes alicerces que agora lançais com a abertura do Noviciado sejam alicerces sólidos para construir sobre eles a verdadeira vida dominicana e a plena restauração duma tão gloriosa Província da Ordem.
E para o faustoso dia da inauguração da Casa do Noviciado e da primeira Vestição mando-lhe a si, caro padre Vigário, a todos os seus colaboradores, aos novos Noviços e a todo o Vicariato de Portugal, a mais afectuosa bênção do nosso Santo Patriarca e, por especial faculdade, a bênção apostólica.”
Ao Muito Reverendo Padre Gaudrault foram associados mais dois Religiosos vindos também do Canadá: o Muito Reverendo Padre, Doutor em Direito Canónico, Luís M. Sylvain, ex Mestre Espiritual dos Religiosos Estudantes da Província do Canadá, e o Reverendo Padre Gerardo Reed, ambos dotados de grande espírito religioso, experiência das almas e faculdades de acção. Em breve virão juntar-se a estes mais dois que aumentarão o poder de desenvolvimento e de actuação da Ordem no nosso país.
A estes religiosos, com larga visão das coisas e decisão nos empreendimentos assim como à generosidade da Província do Canadá se fica devendo a abertura do Noviciado para já, pois que não só trataram de encontrar casa como tomaram a seu cargo mantê-la, sem falar de outros auxílios e cooperação que prestam. Os Dominicanos portugueses jamais poderão esquecer tão grande dedicação dos seus Irmãos e os seus nomes ficarão gravados a letras de ouro nos anais da Província dominicana restaurada.
Os Padres Dominicanos têm o prazer de abrir, amanhã, as portas do seu convento, aos seus amigos que desejem associar-se à sua alegria.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarFoi com interesse e satisfação que li a notícia publicada pelo “Diário do Minho” sobre a abertura do Noviciado Dominicano em São Pedro de Sintra. É uma notícia que faz o histórico do início da restauração da Ordem Dominicana em Portugal. A Província Portuguesa e todos nós temos uma dívida de enorme gratidão para com a Província Dominicana do Canadá.
Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha, pelo interesse e pela paciência em manter-nos informados sobre a história da Província, que é uma actividade que deve dar-lhe também grande satisfação. Bem-haja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva