quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Décimo Aniversário da Tomada de Hábito

Cumprem-se hoje, mais ou menos por volta desta hora, dez anos sobre a tomada de hábito de seis noviços no Convento de São Tomás de Sevilha. Era um grupo heterogéneo, um noviço da Província de Espanha, César González Villar, o mais novo do grupo com apenas dezoito anos; um noviço da Província da Bética, Félix Hernández Mariano, que jogava em casa, como se diz na gíria futebolística; um noviço da Província de Aragão, Enrique Casellas Sanhuja, o mais velho do grupo com quase quarenta anos; e três noviços da Província de Portugal, Jorge Fernandes Oliveira, o mais novo do grupo, Octávio Fernandes Martins, que abandonou o noviciado durante o seu decurso, e eu mesmo, o mais velho do grupo português.
Como em quase todas as Tomadas de Hábito e Profissões foi um dia de azáfama, pois tivemos que dar atenção aos preparativos, às famílias e amigos que chegaram de longe, aos Provinciais e outros frades que chegavam para testemunhar o momento e partilhar da alegria. Contudo nada podia abalar a nossa energia e vontade de que tudo decorresse esplendorosamente.
Passados dez anos e desfolhando o álbum das fotografias e das memórias não posso deixar de dar graças a Deus pelo grupo de irmãos que tive e viveram comigo entre 2001 e 2002 o tempo de noviciado. Éramos um grupo heterogéneo e creio que nos mantivemos assim, ainda que, e apesar das diferenças e dos diversos caminhos que cada um seguiu, no fundo não éramos assim tão diferentes como isso; cada um, com os dons e fragilidades próprios, sabia amar, sabia deixar-se amar pelos irmãos e sabia que afinal só no amor podia ser sinal da fraternidade desejada por Domingos e do Reino de Deus a construir.
Por todo o amor que me deram muito obrigado, nele experimentei de forma quase palpável o quanto Deus me ama.

Momento da Prostração em que os noviços pedem a Misericórdia de Deus e dos Irmãos para a vida que desejam assumir.

Momento em que o Hábito nos é vestido por dois Irmãos mais velhos. Neste caso o frei Pedro Fernandes e o frei Miguel Patinha vestem o Hábito a frei José Carlos. O Mestre de Noviços, frei Carmelo Preciado segura o cinto com o Rosário a entregar.
Do lado esquerdo frei Henrique recebe o Hábito do Provincial de Aragão frei António que é ajudado por outro frade.

Momento da Vestição do Hábito com a entrega do cinto com o Rosário.

Os Noviços portugueses frei Jorge Fernandes, frei Octávio Martins e frei José Carlos Almeida já vestidos com o Hábito completo.

O grupo dos noviços do Noviciado do ano 2001-2002, frei Félix Mariano, frei Henrique Casellas, frei César Villar, frei Octávio Martins, frei Jorge Fernandes e frei José Carlos Almeida.

6 comentários:

  1. Caro fr José Carlos

    Tendo estar a notar a sua "ausência" nas Eucaristias Dominicais (pois longo já foi o tempo decorrido desde que, a final de uma outra, demos um abraço, desejando, uma Santa semana), decidi hoje visitar o seu blogue e eis que deparo com esta maravilhosa "Deocidência".
    Na realidade, se os meus Pais fossem vivos, comemorariam hoje 63 anos de casados.
    Ora, sendo também para si um motivo de particular alegria, quero aqui manifestar-lhe o meu BEM HAJA pelo seu SIM em ajudar "à pastorícia dos homens".
    É com orgulho e particular sentir interior que, longe de ser uma recordação egoísticamente triste (no que tange ao matrimónio dos meus pais), passarei antes a evocar a data como referida a um outro "matrimónio".
    Que o Senhor, na sua infinita Graça, o abençoe, protegendo-o e ajudando neste seu particular "caminhar".

    Com amizade e agradecimento,

    AC

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  2. É dia de festa para si, Frei José Carlos e consigo nos congratulamos, agradecendo a Deus a sua presença de amigo, de frade e de presbítero.
    Não posso deixar de evocar a cerimónia dos seus votos perpétuos, a que assisti, e que nos marcaram pela espiritualidade que de si emanava.
    Pode crer que o amor que nos dedica também ele nos faz experimentar de forma quase palpável o quanto Deus nos ama.
    Tenha uma santa noite,
    GVA

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  3. Me ha emocionado leerte José carlos, recordar contigo aquel tiempo complicado pero tan bonito; revivir todas las anécdotas y lo jóvenes que éramos todos en esto de la vida religiosa!!!; acariciar el cariño que nos unió y aún permanece con fuerza... te felicito y me felicito por tenerte por hermano. Muchas gracias por tu vida dada!!! Félix

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  4. Olá Carlos!!! O tempo passa muito depressa.... é nestes momentos que nos damos conta de como já estamos velhos...
    Parabéns... sinto-me feliz porque os nossos caminhos se cruzaram algures na encruzilhada da Ordem... Conservo intacto o meu carinho imenso por este grupo verdadeiramente ÚNICO...
    Um abraço grande e forte..... Rita Santinhos

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  5. Frei José Carlos,

    Muitos Parabéns! A partilha do “décimo aniversário da tomada de hábito” do Frei José Carlos e de outros confrades com quem partilhou o noviciado foi uma surpresa que li com muito agrado e alegria. Já havia partilhado outros momentos mas este é diferente como cada um deles na vida de um frade seja dominicano ou não. Escrevi, noutras ocasiões, que são benditos todos aqueles (as) que souberam abraçar uma vida de entrega ao próximo e a Deus. Felizes os convidados do Senhor, os que souberam ouvir e responder à chamada do Senhor.
    A fé é importante mas o que pode ser a fé sem amor, como pode haver fraternidade? Como o Frei José Carlos diz ...” cada um, com os dons e fragilidades próprios, sabia amar, sabia deixar-se amar pelos irmãos e sabia que afinal só o amor podia ser sinal da fraternidade desejada por Domingos e do Reino de Deus a construir”…
    Obrigada, Frei José Carlos, por esta bela e interessante partilha. Bem-haja.
    Que o Senhor o proteja e o ilumine no peregrinar diário para que possa realizar o projecto que abraçou.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    Permita-me que assinale este dia com um poema.

    Liberdade ao sol de água salgada
    De aqui estar em movimento
    De quietude parada;
    De sentir antes de ser
    Na conservada magia
    De tudo existir neste dia claro
    e em mim permanecer.

    Dá-me, Senhor, o sentido verdadeiro
    e por inteiro
    do que por Ti, em mim se ergue
    e sem Ti, de mim se perde.

    In, "Obra Poética", Maria Natália Duarte Silva, Edições Afrontamento, 2010

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  6. Saudações,

    Tomei a liberdade de acrescentar vosso excelente blog no www.correiocatolico.blogspot.com

    Paz e bem!

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