No dia 6 de Maio de 1962, faz hoje cinquenta anos, o Papa João XXIII proclamava frei Martinho de Lima como Santo. Terminava assim um processo de santidade cuja causa tinha sido introduzida em Lima, no Peru, no ano de 1664.
Ao recordar esta canonização fazemos memória do que ela significou à data, pois não se tratava de apenas mais um santo, mas de um santo mestiço, de um santo cuja vida se tinha desenrolado entre a portaria e a barbearia do convento, de um irmão cooperador, um santo que provinha da América Latina.
De um momento para o outro os jornais, as revistas e os noticiários deram-se conta de um santo cuja condição social e cor de pele não lhe tinham permitido as mesmas oportunidades, mas ainda assim, com a graça de Deus, tinha realizado uma obra tremenda de paz e de fraternidade. O mundo viu que a Igreja reconhecia a santidade e as virtudes de um marginalizado, de um excluído por causa da sua cor de pele e condição social.
No dia seguinte à canonização, quando João XXIII recebeu os peregrinos que se tinham dirigido a Roma, entre eles os irmãos cooperadores portugueses frei Joaquim Frango e frei António Ribeiro, o Papa ressaltou as qualidades e virtudes de São Martinho de Lima.
Disse: “Na vida de frei Martinho houve três amores, Cristo Crucificado, Nossa Senhora do Rosário e São Domingos. E no seu coração arderam três paixões, a caridade, particularmente com os pobres e doentes, a penitência mais rigorosa, que estimava como o preço do amor, e a humildade, que dava alento às outras duas virtudes.”
Na sua simplicidade e silêncio São Martinho de Lima apresenta-se-nos como um exemplo e um desafio, um exemplo na superação das dificuldades com a ajuda da graça de Deus, um desafio na caridade, porque não tendo nada sempre arranjava alguma coisa para partilhar com aqueles que lhe pediam socorro.
Ilustração: Capa do “Mensageiro do Santo Rosário”, Novembro Dezembro de 1961. Editado pelos dominicanos do Brasil e consagrado totalmente a São Martinho de Lima.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarComo nos diz ...” ao recordar a canonização de Frei Martinho de Lima fazemos memória do que ela significou à data, pois não se tratava de apenas mais um santo, mas de um santo mestiço, de um santo cuja vida se tinha desenrolado entre a portaria e a barbearia do convento, de um irmão cooperador, um santo que provinha da América Latina”. …
Grata, Frei José Carlos, pela partilha, que como nos salienta …” a sua simplicidade e silêncio São Martinho de Lima apresenta-se-nos como um exemplo e um desafio, um exemplo na superação das dificuldades com a ajuda da graça de Deus, um desafio na caridade, porque não tendo nada sempre arranjava alguma coisa para partilhar com aqueles que lhe pediam socorro.” Como precisamos recordar estas vidas exemplares, como testemunho, nos tempos que vivemos, Frei José Carlos. Bem-haja. Que o Senhor o abençõe e proteja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva