É na continuação do encontro de Jesus com o jovem rico que Pedro de alguma forma reclama “nós deixámos tudo para te seguir”.
De alguma forma é verdade, pois abandonaram as suas ocupações habituais, as suas famílias, mas por outro lado é uma mentira porque ainda que abandonando o mais visível, ainda não tinham sido capazes de se libertar das mais íntimas aspirações de poder e glória.
Havia ainda muito para deixar para trás, para abandonar e seguir verdadeiramente Jesus, embora tal só fosse possível pela Graça daquele mesmo que seguiam, pelo poder do Espírito Santo.
A resposta de Jesus à constatação e reclamação de Pedro é uma abertura à radicalidade, é uma resposta que deixa evidente que ainda havia muito para abandonar, para perder e seguir de verdade o Mestre.
Uma vez mais Jesus mostra aos discípulos e a cada um de nós que o seu seguimento exige uma resposta radical e exclusiva, não há lugar para meios-termos nem para negociações.
Jesus mostra também que a opção de o seguir não é algo temporário ou para quando dá jeito, mas bem pelo contrário é um compromisso por toda a vida, um compromisso que leva a arriscar tudo, ou a experimentar tudo, como a perseguição ou a exclusão.
Somos portanto convidados a deixar tudo, a entregar tudo, a nada guardar, porque só na medida da radicalidade do dom se poderá experimentar a sua fecundidade, o seu poder multiplicador, a sua verdadeira riqueza.
Que o Espírito Santo nos conceda o dom da generosidade, para experimentarmos a riqueza acumulada do que ofertamos e abandonamos por causa do Senhor Jesus e da sua mensagem de salvação.
Ilustração: Monumento ao Peregrino no Alto del Perdón, entre Pamplona e Puente la Reina. Caminho de Santiago. 3 de Maio de 2010.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarFico a reflictir no texto da Meditação que partilha connosco sem saber se devo e como escrever algumas linhas. Recordando-nos o Evangelho do dia, é manifesto o apelo, a exortação que nos dirige à radicalidade das respostas no seguimento verdadeiro de Jesus, como a dos Apóstolos e que também é dirigida a cada um de nós e passo a citar um excerto do texto que partilha ...” Uma vez mais Jesus mostra aos discípulos e a cada um de nós que o seu seguimento exige uma resposta radical e exclusiva, não há lugar para meios-termos nem para negociações.
Jesus mostra também que a opção de o seguir não é algo temporário ou para quando dá jeito, mas bem pelo contrário é um compromisso por toda a vida, um compromisso que leva a arriscar tudo, ou a experimentar tudo, como a perseguição ou a exclusão.” …
Compreendo o que Jesus afirmou e que Frei José Carlos nos refere que não chega abandonar as suas ocupações habituais, a família, tendo presente a resposta de Jesus à reclamação de Pedro, “que deixa evidente que ainda havia muito para abandonar, para perder e seguir de verdade o Mestre,” como as “mais íntimas aspirações de poder e glória”. Mas permita-me perguntar, Frei José Carlos, se só a radicalidade do dom é única, verdadeira? Não existem outras formas de dar testemunho de Jesus? E se no nosso quotidiano, optamos por um outro caminho, e no percurso, o Espírito Santo nos ilumina e regressamos a uma vivência espiritual da qual nos afastámos, passamos a ouvir e a ver o que não quisemos escutar em determinada fase da caminhada?
Frei José Carlos, certa ou errada, sempre acreditei que com avanços e recuos, Jesus segurava-me neste peregrinar hesitante e sinto que é para Deus que faço a Caminhada.
Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e oremos para …” Que o Espírito Santo nos conceda o dom da generosidade, para experimentarmos a riqueza acumulada do que ofertamos e abandonamos por causa do Senhor Jesus e da sua mensagem de salvação.”
Obrigada, pela partilha da Mediação que nos desinstala, que nos questiona, com desassombro e que ilustrou de forma tão bela. Que o Senhor o ilumine e o proteja.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
Frei José Carlos,
ResponderEliminarAgradeço-lhe esta excelente Meditação,que partilhou connosco.É tão profunda,tão rica de sentido,tão esclarecedora,que nos ajudou a reflectir com mais profundidade.Maravilhosamente belas as suas palavras,que nos dão força na Caminhada do nosso dia a dia.Como nos diz o Frei José Carlos...Que o Espírito Santo nos conceda o dom da generosidade,para experimentarmos a riqueza acumulada do que ofertamos e abandonamos por causa do Senhor Jesus e da sua mensagem de salvação.Obrigada,Frei José Carlos,pela bela Meditação tão profunda,que li e reli com muito interesse,gostei muito.Bem-haja,Frei José Carlos,pela sua ajuda tão caritativa.Que o Senhor o ilumine e o abençõe e proteja.Continuação de uma boa semana.Desejo-lhe uma boa noite.
Um abraço fraterno.
AD