terça-feira, 1 de maio de 2012

Ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai (Jo 10,29)

A confiança de Jesus no Pai é algo verdadeiramente surpreendente para a nossa capacidade humana. Só mesmo Deus podia confiar assim em Deus.
Ao longo da vida de Jesus vemos como ele confia no Pai, como tem essa certeza íntima e profunda de que o Pai está com ele e não o abandona, de que nada o poderá arrebatar do amor que o Pai tem por ele.
Com essa confiança Jesus enfrenta todos os desafios, mesmo o grande desafio da morte, porque aquilo e aquele que pertence à Vida, à fonte de toda a Vida e Verdade não pode perecer, não tem fim.
Na sua vida Jesus viveu a afirmação que encontramos na Carta de São Paulo aos Romanos, “Os dons e o apelo de Deus são irrevogáveis” (Rm 11,29). O amor que Jesus sabia e sentia por parte do Pai era irrevogável e portanto a confiança a toda a prova.
Também nós somos convidados a viver esta mesma confiança, a viver sabendo que nada nos pode arrebatar da mão de Deus, que nada nem ninguém podem contra o dom de Deus, o dom que Deus nos faz do seu amor.
Não é sem razão que Jesus no convida a construir sobre a rocha, a viver alicerçados nessa confiança de que ele é o testemunho mais fidedigno, pois nela nenhuma tempestade poderá abalar a nossa mais frágil tentativa de construção, a nossa busca de fidelidade ao projecto de Deus.
Vem Senhor em nosso auxílio, envia-nos o teu Espírito, para fortalecer a nossa confiança na tua ternura, na tua solicitude, no teu amor para connosco.

Ilustração: “São José com o Menino”, de Robert La Longe, Museu Cívico do palácio Farnese, Plaisance.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Bem-haja por recordar-nos que ... “O amor que Jesus sabia e sentia por parte do Pai era irrevogável e portanto a confiança a toda a prova” e que …” Também nós somos convidados a viver esta mesma confiança, a viver sabendo que nada nos pode arrebatar da mão de Deus, que nada nem ninguém podem contra o dom de Deus, o dom que Deus nos faz do seu amor.”…
    Sinto, Frei José Carlos, que só a fé, a oração e a humildade podem dar ao homem a capacidade de reconhecer Jesus Cristo como o Filho de Deus, de acolher este dom, de confiar em Deus, como filhos amados.
    Façamos nossas as palavras de Frei José Carlos e oremos ...” Vem Senhor em nosso auxílio, envia-nos o teu Espírito, para fortalecer a nossa confiança na tua ternura, na tua solicitude, no teu amor para connosco.”
    Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, que nos conforta, que nos incentiva no nosso peregrinar na “busca de fidelidade ao projecto de Deus”. Que o Senhor o abençõe e o guarde.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo o texto de uma oração.

    A ESTRADA
    DA CONFIANÇA

    Faz-nos trilhar, Senhor, a estrada da confiança. Dá-nos um coração capaz de amar serenamente aquilo que somos
    ou que não somos, aquilo com que sonhámos ou as coisas que não escolhemos e que, contudo, fazem parte da nossa vida.
    Ensina-nos a devolver a todos os Teus filhos e a todas as criaturas a extraordinária Bondade com que nos amas. Não permitas
    que o nosso espírito se feche no medo ou no ressentimento: ensina-nos que é possível olhar a noite não para dizer que pesa
    em todo o lugar o escuro, mas que a qualquer momento uma luz se levantará.
    Dá-nos ousadia de criar e recriar continuamente mesmo partindo daquilo que não é ideal, nem perfeito. E quando nos sentirmos mais frágeis ou sobrecarregados recebamos, com igual confiança, a nossa vida como um Dom e cada dia como um dia de Deus.

    (In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)

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