terça-feira, 8 de maio de 2012

Deixo-vos a paz! (Jo 14,27)

Ao partir para o Pai Jesus oferece aos seus discípulos e a todos os homens o dom da paz. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz! Um presente, uma herança para fazer frutificar como dom que é.
Um paz interior que nos habita, que nos pacifica pela confiança e pela fé de que não estamos sós, que Cristo se mantém presente e vivo nesse mesmo dom da paz que habita o nosso coração e ilumina a nossa vida.
Paz que vem de longe, que sabemos descida do céu, dádiva divina, que nos continua a ser oferecida em cada dia e em cada momento para colocarmos a nossa vida e todas as acções e tarefas na sua sintonia, no seu alcance.
A paz que Jesus nos oferece convida-nos e impele-nos a uma presença intima, a uma incorporação nesse dom para que também por nós possa chegar a outros, possa ser dom partilhado e portanto frutificado.
Na celebração de cada Eucaristia e previamente à comunhão do Corpo de Jesus, a difusão da paz, a partilha da paz através da saudação. A paz de Cristo para todos, não a nossa paz, não a minha paz, porque essa é sempre limitada e pobre.
A paz de Cristo predispõe e abre o nosso coração ao amor, o dom da paz prepara o caminho para o dom maior do amor de Deus presente no seu Corpo e Sangue entregues. Só na paz podemos perceber o dom.
A paz de Cristo é assim fonte de vida e de esperança, rocha em que alicerçamos a confiança face às várias vicissitudes da vida e do mundo, ao desastre das nossas relações tantas vezes cheias de egoísmo e egocentrismo.
A paz de Cristo faz de nós, de cada homem que se deixa habitar e transformar por ela, um vencedor, porque em Cristo e com Cristo a paz é vitória sobre a morte e todas as suas manifestações.
Que a paz de Jesus habite os nossos corações!

Ilustração: Nascer do sol sobre Navarrete. Caminho de Santiago 7 de Maio de 2010.

2 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Agradeço-lhe este maravilhoso e belo texto,tão esclarecedor,do Evangelho de São João.Deixe-vos a Paz!As suas palavras vêem ao nosso encontro,e como nos diz o Frei José Carlos...Uma paz interior que nos habita,que nos pacifica pela confiança e pela fé de que não estamos sós,que Cristo se mantém presente e vivo nesse mesmo dom da paz que habita o nosso coração e ilumina a nossa vida.Obrigada,Frei José Carlos,pelas suas maravilhosas palavras,que nos ajudam a Meditar mais profundamente e que esta paz de Jesus habite os nossos corações!Bem-haja,Frei José Carlos,e que o Senhor o ilumine e o proteja.
    Desejo-lhe uma boa tarde.
    Um abraço fraterno,
    AD

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  2. Frei José Carlos,

    O texto da Meditação que teceu e partilha sobre a Paz de Jesus Cristo é profundo e muito belo. Fala-nos de uma Paz única, singular, a Paz de Cristo que como nos diz ...” A paz de Cristo para todos, não a nossa paz, não a minha paz, porque essa é sempre limitada e pobre.”…
    É um presente que Jesus nos deixa antes de partir para o Pai e que compromete-nos, como refere …”Um presente, uma herança para fazer frutificar como dom que é.
    Uma paz interior que nos habita, que nos pacifica pela confiança e pela fé de que não estamos sós, que Cristo se mantém presente e vivo nesse mesmo dom da paz que habita o nosso coração e ilumina a nossa vida. (…) que nos continua a ser oferecida em cada dia e em cada momento para colocarmos a nossa vida e todas as acções e tarefas na sua sintonia, no seu alcance”. …
    Como nos salienta ...” A paz que Jesus nos oferece convida-nos e impele-nos a uma presença intima, a uma incorporação nesse dom para que também por nós possa chegar a outros, possa ser dom partilhado e portanto frutificado.(…)
    A paz de Cristo predispõe e abre o nosso coração ao amor, o dom da paz prepara o caminho para o dom maior do amor de Deus presente no seu Corpo e Sangue entregues. Só na paz podemos perceber o dom.”…
    Obrigada, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação, pela serenidade que a reflexão sobre a mesma nos dá, por encorajar-nos ao afirmar-nos que …”A paz de Cristo faz de nós, de cada homem que se deixa habitar e transformar por ela, um vencedor, porque em Cristo e com Cristo a paz é vitória sobre a morte e todas as suas manifestações.”
    Que o Senhor o ilmunine e o guarde.
    Continuação de uma boa semana.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva


    P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que volte a partilhar o texto de uma oração.

    A PAZ
    DO CAMINHO


    “Lembro-me muitas vezes, Senhor, daquilo que me disse um peregrino que passou por mim
    no Caminho de Santiago, quando me viu sentado, com a mochila ao canto, pondo mercúrio
    nas feridas. “É tão bom ter tempo para conversar consigo próprio!” – atirou-me ele. E eu que
    ainda pensava estar apenas a tratar dos pés. Mas, de repente, senti que se não me aceitasse
    (a mim e às feridas que surgiram) e não entabulasse um diálogo integrador comigo mesmo,
    não tornaria a encontrar a paz do caminho.”


    (In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)

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