Se ontem celebrei o
sétimo aniversário da minha ordenação sacerdotal, hoje celebro o aniversário da
minha Primeira Missa, da minha primeira presidência da Celebração da
Eucaristia.
Se há sete anos
celebrei aqui no convento, rodeado da comunidade que se alegrava comigo, hoje
celebrei na Sé de Lisboa, para um pequeno grupo de fiéis e turistas que
desconhecia o aniversário.
Não era este o meu
plano para este dia, mas a necessidade de socorrer o Cónego Luís Manuel
conduziu-me até à centenária Sé de Lisboa. Como diz o refrão popular, o homem
põe e Deus dispõe.
Ao celebrar este
aniversário não posso deixar de ter presente umas palavras que o Padre Pie
Jougla, Vigário para a Província Portuguesa da Ordem dos Pregadores, escreveu
ao recém-ordenado frei Tomás Videira a 16 de Novembro de 1930.
“Vivez de plus en plus
en union avec N.S. soyez vraiment X avec lui et comme lui par votre esprit de
sacrifice. N’oubliez pas que dans le saint sacrífice de la messe il est prête
et victime. Apprenez chaque jour à parfaire son immolation à y
ajoutant votre part la plus large en pleine conformité à la volonté divine.”
Viver cada vez mais em
união com Nosso Senhor de modo a ser verdadeiramente outro Cristo com ele e
como ele pelo espirito de sacrifício.
Não esquecer que no Santo
Sacrifício da Missa Ele é sacerdote e vítima.
Aprender cada dia a
completar a sua imolação acrescentando a nossa parte mais generosa em plena
conformidade com a vontade divina.
É um programa de vida,
um programa que se apresenta como desafio para a vida pessoal, pois não é fácil
adequar a nossa vontade à vontade de Deus e o sacrifício não é de fácil
aceitação. Mas também um programa que se apresenta como um desafio para a nossa
celebração litúrgica da Eucaristia, que deve ser cada vez mais presença real do
divino e do humano que celebramos.
Após sete anos de celebração
diária da Eucaristia, os poucos dias que não celebrei foi por me encontrar de
viagem, canto de alegria e dou graças a Deus por me ter chamado ao seu serviço
ministerial, por me ter admitido à sua presença para o servir nestes santos
mistérios.
Ilustração: Celebrando
a Eucaristia na Catedral de Santiago de Compostela em Julho de 2012.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarLi e reli o texto que elaborou para recordar-nos a celebração da Primeira Missa e a celebrada sete anos depois e se me permite fica também o que podemos ler nas entrelinhas. Das citações que Frei José Carlos faz há uma que me toca particularmente e que passo a referir …” Viver cada vez mais em união com Nosso Senhor de modo a ser verdadeiramente outro Cristo com ele e como ele pelo espirito de sacrifício.”…
Não tenho qualquer dúvida que mesmo quando se faz a escolha com determinada maturidade, é sempre uma vida de renúncia, de sacrifício, de desafio mas também de muitas alegrias. Como afirma …”Mas também um programa que se apresenta como um desafio para a nossa celebração litúrgica da Eucaristia, que deve ser cada vez mais presença real do divino e do humano que celebramos.”…
Ao escrever estas linhas ocorreu-me a utilização da palavra “sacerdócio” em sentido figurado, quando se diz de alguém que exerce a actividade remunerada ou não como um sacerdócio. Para além do sacríficio, da dedicação total, está implícito, o amor, a nobreza e arriscava-me a dizer a transcendência.
O que lhe desejamos, Frei José Carlos, hoje e sempre? Que possa …” cantar de alegria e dar graças a Deus por ter sido chamado ao seu serviço ministerial, por ter sido admitido à sua presença para o servir nestes santos mistérios” e que o possamos acompanhar no serviço ao próximo.
Grata, Frei José Carlos, pela partilha que a lemos com alegria, dando graças a Deus. Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe de novo um poema de Frei José Augusto Mourão, OP e um link para um cântico de Taizé
caminho, verdade e vida
Deus, tu és o Caminho, a Verdade e a Vida/que se dão as mãos/porque a verdade do caminho
é a vida que a tece/e a engloba, aberta/e é a polifonia da ternura que acorda os caminhos/
e age e cura a vida//
tu és o caminho que precede todos os caminhos,/a visitação do corpo/no que o corpo esquece,/
o nunca visto da paz e da alegria//
dá a este corpo que o teu dom reúne/um instante de fome e de aflição/para que deste tempo-fora-do tempo/
se erga a verdade dos caminhos/da nossa vida e do nosso louvor,/Deus que vens em Jesus Cristo/
e no Espírito que nos ensina a rezar.
(In, “O nome e a Forma”, Pedra Angular, 2009)
Taizé – Tui Amoris Ignem ( The Fire of Your Love )
“Viens, Esprit Saint, allume en moi le feu de ton amour”
http://www.youtube.com/watch?v=YkfSQO9aQG8&NR=1&feature=endscreen
A contratempo mas com intenção : " O espírito enriquece-se com aquilo que recebe; o coração com aquilo que dá". E o dar está certamente na adequação do nosso querer ao querer do Pai.
ResponderEliminarNão estive na Sé mas noutra Missa tive presente esta Missa que até não era a programada... Inter Pars
Frei José Carlos;
ResponderEliminarAo ler este belo e maravilhoso texto que propôs para nossa reflexão;todas as suas palavras partilhadas são muito ricas de sentido e profundas;gostei muito.Como nos diz o Frei José Carlos...É um programa de vida;um programa que se apresenta como desafio para a vida pessoal;pois não é fácil adequar a nossa vontade à vontade de Deus e o sacrifício não é de fácil aceitação.Espetacular esta frase do Frei José Carlos...Canto de alegria e dou graças a Deus por me ter chamado ao seu ao seu serviço ministerial;por me ter admitido à sua presença para o servir nestes santos mistérios.Obrigada;Frei José Carlos;pelas belas palavras partilhadas.e pela beleza da ilustração magnífica;da celebração em Santiago de Compostela.Que o Senhor o ilumine o ajude e o proteja;e o Espírito Santo o assista em todos o momentos da sua vida ministerial.Bem-haja.Votos de um bom dia com muita paz e alegria.Continuação de uma boa semana.
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarContinue a evangelizar. Trabalhando activamente com a força do Espírito Santo. Trazendo a continuação de magníficas partilhas, associadas à meditação e evangelização tão postitivas e importantes para nós.