Em apenas quatro
versículos Jesus utiliza por oito vezes o verbo permanecer, numa quase simetria
entre aquele que é convidado a permanecer e aquele que já permanece por sua
livre vontade.
Os discípulos são
convidados a permanecer, a permanecer na palavra, a permanecer no amor, a permanecer
numa ligação vital com Jesus. Essa ligação e essa permanência permitem a produção
do fruto, permitem a vida que impede a eliminação pela morte.
Por seu lado Jesus
oferece-se como aquele que já permanece, como uma permanência sem intermitências,
oferece-se como dom perene para que os que aceitem permanecer tenham a vida que
lhe oferece.
Pelo convite a
permanecer em Jesus somos todos convidados a aceitar e a acolher o dom que o próprio
Jesus nos faz da sua permanência. É o movimento do dom e do contra dom, da
reciprocidade face àquele que se oferece.
Deus oferece-nos a sua
amizade, uma amizade que permanece para além de qualquer perturbação, de
qualquer infidelidade, porque Deus não pode deixar de se oferecer nem de permanecer.
Tal como é dito no
Livro dos Provérbios (8,13) a delícia da Sabedoria que é Deus é habitar entre
os homens, é permanecer entre os filhos dos homens e gozar da sua companhia.
Em cada celebração da
Eucaristia também este convite e esta oferta de permanecer nos é feito, pois
vivemos as palavras de Jesus “aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele” (Jo 6,57).
Procuremos pois
acolher a oferta de Deus, as diversas possibilidades que nos apresenta da
experiência da sua permanência, para permanecermos também nele e vivermos a
graça dos frutos da vida.
Ilustração: “Cristo e
São Bernardo”, de Francisco Ribalta, Museu do Prado, Madrid.
Deus permaneça junto do simples e humilde de coração. Em sinais de partilha à evangelização numa juventude que Lhe é característica.
ResponderEliminarAprendamos a aceitar a amizade que Jesus nos oferece e a permanecer n´Ele e com Ele, na alegria do dom que nos ultrapassa e nos dará abundantes frutos de paz.
ResponderEliminarFrei José Carlos,
ResponderEliminarÉ bom recordar-nos sempre que …” Deus oferece-nos a sua amizade, uma amizade que permanece para além de qualquer perturbação, de qualquer infidelidade, porque Deus não pode deixar de se oferecer nem de permanecer” (…) e que …” a delícia da Sabedoria que é Deus é habitar entre os homens, é permanecer entre os filhos dos homens e gozar da sua companhia.”…
Peço, Frei José Carlos, a misericórdia do Senhor, quando no peregrinar da vida, aparentemente me afasto do convite …” a permanecer em Jesus”… porque é para Jesus que caminho.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, profundas, por exortar-nos a …” acolher a oferta de Deus, as diversas possibilidades que nos apresenta da experiência da sua permanência, para permanecermos também nele e vivermos a graça dos frutos da vida.”
Que o Senhor o cumule de todas as graças.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva