terça-feira, 23 de julho de 2013

Permanecei em mim que eu permaneço em vós (Jo 15,4)

Em apenas quatro versículos Jesus utiliza por oito vezes o verbo permanecer, numa quase simetria entre aquele que é convidado a permanecer e aquele que já permanece por sua livre vontade.
Os discípulos são convidados a permanecer, a permanecer na palavra, a permanecer no amor, a permanecer numa ligação vital com Jesus. Essa ligação e essa permanência permitem a produção do fruto, permitem a vida que impede a eliminação pela morte.
Por seu lado Jesus oferece-se como aquele que já permanece, como uma permanência sem intermitências, oferece-se como dom perene para que os que aceitem permanecer tenham a vida que lhe oferece.
Pelo convite a permanecer em Jesus somos todos convidados a aceitar e a acolher o dom que o próprio Jesus nos faz da sua permanência. É o movimento do dom e do contra dom, da reciprocidade face àquele que se oferece.
Deus oferece-nos a sua amizade, uma amizade que permanece para além de qualquer perturbação, de qualquer infidelidade, porque Deus não pode deixar de se oferecer nem de permanecer.
Tal como é dito no Livro dos Provérbios (8,13) a delícia da Sabedoria que é Deus é habitar entre os homens, é permanecer entre os filhos dos homens e gozar da sua companhia.
Em cada celebração da Eucaristia também este convite e esta oferta de permanecer nos é feito, pois vivemos as palavras de Jesus “aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,57).
Procuremos pois acolher a oferta de Deus, as diversas possibilidades que nos apresenta da experiência da sua permanência, para permanecermos também nele e vivermos a graça dos frutos da vida.
 
Ilustração: “Cristo e São Bernardo”, de Francisco Ribalta, Museu do Prado, Madrid.

 

3 comentários:

  1. Deus permaneça junto do simples e humilde de coração. Em sinais de partilha à evangelização numa juventude que Lhe é característica.

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  2. Aprendamos a aceitar a amizade que Jesus nos oferece e a permanecer n´Ele e com Ele, na alegria do dom que nos ultrapassa e nos dará abundantes frutos de paz.

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  3. Frei José Carlos,

    É bom recordar-nos sempre que …” Deus oferece-nos a sua amizade, uma amizade que permanece para além de qualquer perturbação, de qualquer infidelidade, porque Deus não pode deixar de se oferecer nem de permanecer” (…) e que …” a delícia da Sabedoria que é Deus é habitar entre os homens, é permanecer entre os filhos dos homens e gozar da sua companhia.”…
    Peço, Frei José Carlos, a misericórdia do Senhor, quando no peregrinar da vida, aparentemente me afasto do convite …” a permanecer em Jesus”… porque é para Jesus que caminho.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, profundas, por exortar-nos a …” acolher a oferta de Deus, as diversas possibilidades que nos apresenta da experiência da sua permanência, para permanecermos também nele e vivermos a graça dos frutos da vida.”
    Que o Senhor o cumule de todas as graças.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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