quarta-feira, 10 de julho de 2013

Jesus chamou a si os doze (Mt 10,1)

É indiscutível que a Igreja foi fundada no dia de Pentecostes, quando os Apóstolos reunidos no cenáculo receberam o Espirito Santo e começaram a anunciar a Boa Nova de Jesus a todos os que se encontravam presentes em Jerusalém.
Contudo, é igualmente indiscutível que tal aconteceu, e só foi possível, porque um dia, um determinado dia, Jesus chamou aquele grupo de homens e como diz o Evangelho de São Mateus, os chamou a si para os enviar dois a dois.
Para que a Igreja acontecesse, para que fosse possível a saída porta fora depois da efusão do Espirito Santo, era necessário que tivesse acontecido o chamamento e a experiência da intimidade com o Mestre. Sem tal experiência não haveria certamente nem a coragem nem o que anunciar.
Experiência de intimidade manifestada no facto de ser apresentado o nome de cada um dos doze, do grupo seleccionado. Nome que significa personalidade, história pessoal, uma relação única com aquele que chamou e acolheu.
Percebemos assim que Deus chama pessoas, homens e mulheres com vida, com um nome único, um nome que corresponde a uma face que Deus conhece na sua intimidade e ama com tudo o que comporta.
Naquele momento foram doze, mas ao longo da história encontramos outros como Bento de Núrsia, Francisco de Assis, Domingos de Guzman, Inácio de Loyola, Teresa de Calcutá, Karol Wojtyla, uma série inumerável de homens e mulheres cujos nomes Deus pronunciou e chamou a si para depois os enviar aos seus irmãos.
Ainda hoje Deus continua a chamar, a pronunciar nomes que deseja que partilhem da sua intimidade, homens e mulheres que quer inteiros, para devolver aos outros homens e mulheres enriquecidos da experiência da sua intimidade de modo que todos possam vivê-la igualmente.
Os ruídos de fundo e a velocidade a que nos movemos não nos deixam ouvir este apelo de Jesus, mas necessitamos fazer um esforço, cuidar essa atenção, porque o chamamento de Deus apenas nos conduz à revelação verdadeira de quem somos e à plenitude a que estamos destinados se aceitarmos viver a oferta que nos é feita.
Se o nosso nome na boca de um amigo nos alegra quanto mais na boca do Amigo Jesus. Procuremos criar o silêncio para o poder ouvir.
 
Ilustração: “A Missão dos Apóstolos”, fresco de Ignazio Lucibello na capela episcopal de Cortona.

4 comentários:

  1. Saibamos alegrar-nos ao ouvir Jesus chamar-nos pelo nome, prova de que Ele conta connosco e temos uma missão a cumprir. Só os amigos nos chamam pelo "nome" que nos identifica connosco. I.T

    ResponderEliminar
  2. Necessário, vocacionado para no caminho de Deus, acreditar, é sentar, atentamente falar segundo o quanto se deve cumprir o chamamento, em nome dos que pelas boas acções se revelam.

    ResponderEliminar
  3. Frei José Carlos,

    Li e reli o texto do Evangelho de São Mateus,tão profundo que nos reconforta.Saber que Jesus nos chama pelo nosso nome, é a maior maravilha que podemos ouvir da sua boca.Se o nosso nome na boca de um amigo nos alegra quanto mais na boca do Amigo Jesus, como nos diz o Frei José Carlos.Gostei muito das palavras partilhadas e que nos dão força na caminhada.Deus continua a chamar todos os dias,saibamos nós estarmos atentos,para partilharmos da sua intimidade e vivê-la em nossas vidas.Obrigada, Frei José Carlos,pelas belas palavras que partilhou connosco e magnificamente bela a ilustração.Bem-haja.Que o Senhor o ilumine o guarde e o proteja.Votos de uma boa noite.
    Um abraço fraterno.
    AD

    ResponderEliminar
  4. Frei José Carlos,

    Na sequência da Meditação que partilhou ontem e a do dia de hoje, como nos salienta …” Ainda hoje Deus continua a chamar, a pronunciar nomes que deseja que partilhem da sua intimidade, homens e mulheres que quer inteiros, para devolver aos outros homens e mulheres enriquecidos da experiência da sua intimidade de modo que todos possam vivê-la igualmente.”…
    O seguimento da missão de Cristo, no qual se faz presente a coerência da Palavra Evangélica com os actos corresponde à forma de testemunho no qual todos queremos participar, construindo um mundo de paz, justo, mais fraterno e solidário.
    Continuo a pensar que qualquer transformação precisa de ter presente a doutrina mas a mesma deve ter em consideração a realidade do mundo de hoje a que se dirige para que seja eficaz.
    Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que continuam a fazer-nos reflectir, a questionar-nos.
    Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
    Boa noite e bom descanso.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    ResponderEliminar