Se alguma vez pararmos,
ainda que seja só um pouco, descobriremos precisamente isto: que a autonomia ou
auto-suficiência com que sonhamos é uma quimera, que na realidade Deus, ou a
vida, ou como queiramos chamar, nos fez dependentes uns dos outros.
Pablo d’Ors
Ilustração: Vasos
esculturas da escadaria principal do Museu de História e Arte de Genebra.
Claro que somos dependentes. Gandhi dizia que quando saímos de casa de manhã já dependemos duma multidão de pessoas que colaboraram no nosso bem estar. Independentemente disso, a Vida é feita de dar e receber, de partilhar e aceitar dons. Deus não faz assim connosco? E a que chamamos Amizade, sem a qual a vida fica bastante estéril?Inter pars
ResponderEliminarFrei José Carlos,
ResponderEliminarViver é conviver, relacionar-se. Somos herdeiros de um passado mas para construirmos a nossa própria existência em todos os níveis e dimensões precisamos de estabelecer relações com os outros seres que nos transformam e enriquecem reforçando a própria identidade, numa atitude livre de aproximação, de conhecimento recíproco. Somos seres inacabados, imperfeitos. Precisamos de todos, no respeito pelas diferenças, num processo de construção plural e diversa, num processo mútuo de ensino e aprendizagem, com os nossos limites, à nossa dimensão. Precisamos de estabelecer laços de amizade, que é uma forma de amor, sem os quais estiolamos, ficando sem defesas para responder aos desafios da vida.
Precisamos uns dos outros para encontrar Cristo. Precisamos orar na intimidade do nosso coração, em silêncio, mas também em comunidade, de outra forma, mas que são complementares.
A vida de Jesus é o melhor testemunho de que “eu e o mundo” não tem sentido.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas que nos ajudam a reflectir sobre a nossa pequenez e interdependência, numa sociedade predminantemente individualista, e como nos diz Pablo d’Ors …” na realidade Deus, ou a vida, ou como queiramos chamar, nos fez dependentes uns dos outros.”
Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
Votos de um dia e de um bom domingo.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva