quinta-feira, 4 de julho de 2013

Apresentaram a Jesus um paralítico numa enxerga (Mt 9,2)

O episódio do paralítico que apresentam a Jesus em Cafarnaum, depois de ele ter atravessado o lago, é um episódio rico de ensinamentos, de desafios à nossa fé, pois de certa forma também nós nos encontramos muitas vezes paralisados no nosso caminhar no encalce de Jesus.
Um dos diversos elementos que podemos destacar deste acontecimento é não só a fé daquele paralítico, que se deixa levar até Jesus, ou pede que o levem até Jesus, mas também a fé daqueles que o levam e o apresentam.
No texto de Mateus não encontramos as manobras difíceis de ter que subir à cobertura da casa para poderem apresentar o paralítico a Jesus, como acontece nos textos de Lucas e Marcos. Aqui tudo é mais fácil, mais próximo, mais imediato.
Esta fé e as acções que se lhe seguem não podem deixar de nos recordar como também nós podemos levar pela nossa fé os nossos irmãos e irmãs à presença do Senhor, como também nós podemos apresentar à acção salvadora de Jesus os nossos irmãos que se encontram paralisados.
Quando muitas vezes perante uma determinada situação de sofrimento, de afastamento, de revolta, não sabemos o que fazer, como ajudar, a nossa apresentação a Deus dessa situação e daqueles que a estão a viver pode ser uma ajuda, é definitivamente uma ajuda a partir da nossa fé e da nossa confiança na misericórdia de Deus.
É um gesto de solidariedade, uma participação na acção misericordiosa de Deus, pois sabemos também como já fomos curados, como já fomos salvos, e como para tal contribuíram também outros nossos irmãos que nos levaram à presença do Senhor.
Certamente neste mesmo momento há irmãos e irmãs que nos transportam para diante de Jesus através da sua oração. Uns conhecemos, sabemos como o fazem, outros nem tanto, mas todos participamos daquele grande mistério que se chama a “comunhão dos santos”.
Procuremos pois com audácia e amor transportar até Jesus aqueles que se nos apresentam com necessidade. Umas vezes será fácil, como no caso do episódio do Evangelho de Mateus, outras vezes será necessário destelhar a casa como nos Evangelhos de Lucas e Marcos, mas se tal acontece é porque necessitamos igualmente de descer até Jesus com aquele que apresentamos. Necessitamos os dois de ser curados.
 
Ilustração: “Jesus curando ao paralítico”, de Giovanni António Pellegrini, Museu de Belas Artes de Budapeste.  

4 comentários:

  1. A nossa oração, "a partir da nossa fé e da nossa confiança na misericórdia de Deus" é o nosso contributo para resolver pequenos e grandes problemas. Eu conto com a oração dos Amigos como eles podem contar com a minha.
    Achei extraordinária esta lição do Evangelho!
    Inter Pars

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  2. Voltando a reler este texto há que consciencializar que muitas vezes levamos o "paralítico" até Jesus mas ficamos de fora, esquecidos de que também nós precisamos de ir com ele, também nós precisamos de ser curados. I.T

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  3. Frei José Carlos;

    Li e reli o texto que propôs para reflexão do dia sobre o Evangelho de São Mateus; maravilhosamente belo e muito profundo que propôs para Meditação do dia.As suas palavras são imprescindíveis;que nos ajudam e reconfortam em certos momentos mais difíceis do nosso dia a dia.Como nos diz o Frei José Carlos;procuremos pois com audácia e amor transportar até Jesus aqueles que se nos apresentam com necessidade.Saibamos nós também ir com ele ; pois precisamos os dois de ser curados Obrigada;Frei José Carlos pelas palavras partilhadas que muito gostei.Bem-haja.Que o Senhor o ilumine o abençoe e o proteja.Desejo-lhe uma boa noite e um bom descanso.
    Um abraço fraterno.
    AD

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  4. Frei José Carlos,

    Como nos recorda no texto da Meditação que teceu há várias formas de paralisia. …”Também nós nos encontramos muitas vezes paralisados no nosso caminhar no encalce de Jesus”. … E como nos afirma o …”episódio do paralítico que apresentam a Jesus em Cafarnaum, depois de ele ter atravessado o lago, é um episódio rico de ensinamentos, de desafios à nossa fé (…)
    (…) Esta fé e as acções que se lhe seguem não podem deixar de nos recordar como também nós podemos levar pela nossa fé os nossos irmãos e irmãs à presença do Senhor, como também nós podemos apresentar à acção salvadora de Jesus os nossos irmãos que se encontram paralisados.”. …
    Um grande obrigada, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, profundas, de estímulo, por incentivar-nos e recordar-nos que “a apresentação a Deus das situações que nos fazem sofrer e daqueles que a estão a viver pode ser uma ajuda, é definitivamente uma ajuda a partir da nossa fé e da nossa confiança na misericórdia de Deus”. …
    E a todos (as) que se mostram disponíveis para esse gesto de solidariedade, seja qual for o grau de dificuldade, que não falte …“a audácia e o amor para transportar até Jesus aqueles que se nos apresentam com necessidade.”…
    Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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