Não é uma imagem
habitual a que nos apresenta o texto do Evangelho de São Mateus quando nos diz
que Jesus começou a censurar as cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum. A censura
e a crítica não são uma atitude comum em Jesus.
Contudo percebemos que
assim tenha acontecido, e que essa censura tenha perpassado pelos lábios de
Jesus, quando nos deparamos com a razão da censura, com os motivos que levaram
Jesus a essa atitude tão inusitada nele.
De facto, face aos
milagres que Jesus realizou naquelas cidades, como foi possível que não tivesse
havido alguma manifestação de conversão, que não tivesse havido um outro tipo
de atitude face ao mesmo Jesus que realizava aqueles milagres?
Jesus compara estas
cidades com Tiro e Sidónia, cidades helenizadas e à luz da ortodoxia judaica
paganizadas, mas nas quais Jesus acredita que encontraria um outro acolhimento,
uma outra atitude face à sua acção, face aos seus milagres.
Esta censura de Jesus
vem no entanto ao nosso encontro e aos desejos que tantas vezes manifestamos de
um milagre, de um acontecimento extraordinário nas nossas vidas. Da censura de
Jesus às cidades de Corazim, Betsaida e Cafarnaum, subjaz essa censura a esse
nosso desejo de milagres, à operatividade mágica.
Percebemos pelas
palavras de Jesus que o milagre não tem a força e a capacidade transformadora
das nossas vidas, mas pelo contrário é a conversão, é o desejo e a iniciativa
da transformação que nos pode alterar e colocar numa outra realidade.
O milagre, os efeitos visíveis
do milagre, é assim uma consequência da transformação interior, desse
acolhimento e configuração à pessoa e à palavra de Jesus. É o nosso desejo, o
nosso acolhimento, a nossa disponibilidade, a adequação à vontade de Deus e ao
seu amor por nós que transforma a nossa vida.
Neste sentido pouca
importância têm os milagres, o que verdadeiramente conta e nos converte, o que
nos transforma e altera é a convicção de nos sabermos amados por Deus em todas
e quaisquer circunstâncias.
Ilustração: Pormenor
de Jesus Cristo no quadro a “Oração da Comida” de Fritz von Unde, Galeria
Nacional, Berlim.
Jesus recto é Bom Exemplo e Justo. Ensina-nos diáriamente, pela vida, a ser como bons Cristãos. Auxilia em cada dia, se com Ele seguirmos, e escutarmos seus ensinamentos. O que O escuta. Salva-se e terá a vida Eterna. Entrará no Céu, caso Assim Seja.
ResponderEliminarFrei José Carlos,
ResponderEliminarAo ler com muito interesse o belo texto do Evangelho de São Mateus,profundo e esclarecedor,que nos ajuda à nossa reflexão diária.Percebemos através das palavras de Jesus,o que verdadeiramente conta e nos converte,o que nos transforma e altera é a convicção de nos sabermos amados por Deus em todas e quaisquer circunstâncias.Obrigada,Frei José Carlos,pelas maravilhosas palavras partilhadas,que muito gostei e pela bela ilustração.Desejo-lhe uma boa noite e bom descanso.Que o Senhor o ilumine o ajude e o proteja.Bem-haja.
Um abraço fraterno.
AD
Frei José Carlos,
ResponderEliminarComo é importante esclarecer-nos que ...” É o nosso desejo, o nosso acolhimento, a nossa disponibilidade, a adequação à vontade de Deus e ao seu amor por nós que transforma a nossa vida.
O milagre, os efeitos visíveis do milagre, é assim uma consequência da transformação interior, desse acolhimento e configuração à pessoa e à palavra de Jesus.”
Que Deus nos ajude a reforçar a nossa fé, e nos conceda a sabedoria, o discernimento, a confiança e a capacidade de escuta e de aceitação do Seu silêncio para que o nosso processo de transformação se concretize.
Grata, Frei José Carlos, pelas palavras partilhadas, por salientar-nos que … “o que verdadeiramente conta e nos converte, o que nos transforma e altera é a convicção de nos sabermos amados por Deus em todas e quaisquer circunstâncias.“
Que o Senhor o ilumine, o guarde e o abençoe.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva