Jesus designa setenta e dois discípulos e envia-os dois a dois a todas as cidades onde ele mesmo devia ir. É um número simbólico que se prende com as setenta e duas nações que são referenciadas no capítulo onze do livro dos Génesis e portanto significa toda a humanidade. Afinal todos estamos designados por Deus a ir à sua frente, anunciando o seu reino.
Antes de partirem Jesus apresenta-lhes as condições para a missão, para uma verdadeira realização dos objectivos, e habitualmente ficamos tão fixados naquelas que mais nos custam que quase sempre passa despercebida entre as condições e exigências a primeira recomendação de Jesus. “Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.
Esta é afinal a primeira tarefa da missão, a primeira condição, pedir ao Senhor que mande trabalhadores. E se tal acontece é para nos mostrar a necessidade de outros na missão, a necessidade da complementaridade, bem como a nossa fraca eficácia se contamos apenas connosco.
Podemos assumir esta recomendação como um desafio à humildade, à nossa humildade no sentido de reconhecermos que fazemos muito pouco, podemos muito pouco, contudo em conjunto e com outros podemos chegar onde nunca suspeitámos chegar. É um desafio a descobrir e a assumir que não podemos tudo, que não chegamos a tudo e portanto no trabalho do Senhor necessitamos uns dos outros. O outro pode fazer o que eu não faço, pode chegar onde eu não chego, pode saber o que eu não sei.
É também um desafio na descoberta consciente de que a obra afinal não é nossa, não somos seus donos, nem pode ser moldada ao nosso desejo e vontade. É uma obra de Deus e portanto somos meros servos, por vezes inúteis, que fazemos alguma coisa de jeito na medida em que estamos atentos à palavra do Senhor.
Ao dispormo-nos para seguir o Senhor, para a missão a que nos designa, não esqueçamos de pedir, antes de traçar os planos e as metas, que nos sejam facultados os companheiros necessários. Só dessa forma a missão poderá ser verdadeiramente divina porque deixará de ser pessoal para ser partilhada por um e outro, entre nós e Ele.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarQue importante recordar-nos que “todos estamos designados por Deus para a missão, anunciando o seu reino” para além dos sacerdotes e dos consagrados. ...” E se tal acontece é para nos mostrar a necessidade de outros na missão, a necessidade da complementaridade, bem como a nossa fraca eficácia se contamos apenas connosco.”
Afinal esta recomendação é como tão bem afirma …”um desafio à humildade, à nossa humildade no sentido de reconhecermos que fazemos muito pouco, podemos muito pouco, contudo em conjunto e com outros podemos chegar onde nunca suspeitámos chegar”….
“É também um desafio na descoberta consciente de que a obra afinal não é nossa, não somos seus donos, nem pode ser moldada ao nosso desejo e vontade. É uma obra de Deus”…
Que difícil, Frei José Carlos, na nossa condição, reconhecermos, estimularmos e aceitarmos a complementaridade do trabalho com os outros, na Igreja ou fora dela, ultrapassarmos a nossa pequenez, as nossas vaidades, a nossa pseudo auto-suficiência.
Que Jesus nos ilumine e ajude a concretizar este processo necessário de transformação, feito de avanços e retrocessos, para que saibamos num processo partilhado, enriquecido pela diversidade, contribuir para a “missão a que o Senhor nos designa”.
Obrigada Frei José Carlos por esta Meditação que connosco partilhou, que nos ajuda a reflectir e a repensar os nossos comportamentos, lembrando-nos os desafios que Jesus nos coloca e como enfrentá-los. Que belo testemunho cristão. Bem haja.
Um abraço fraterno
Maria José Silva
Frei José Carlos
ResponderEliminarAgradeço-lhe esta magnífica e bela partilha,deste
texto do livro dos Génesis,pois sabemos que fomos
todos designados por Deus para a missão.
Temos de anunciar o seu reino.Deus deu-nos as condições necessárias para a tarefa da missão.Mas
recomendou-nos uma coisa muito importante.
"Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara".
Isto é um grande desafio à humildade.Temos que re
conhecer que fazemos muito pouco.A obra é de Deus
e portanto como diz o Frei José Carlos,somos meros servos,por vezes inúteis.
Gostei muito desta partilha,que me ajudou bastan-
te à meditação mais profunda e à intimidade com
Deus e com os irmãos,porque todos fazemos esta
complementaridade na missão.Também gostei muito
deste belo quadro que o ilustra,maravilha de Deus.Bem haja Frei José Carlos,por tudo o que nos
dá a contemplar.
Um abraço fraterno.
AD