Pelo conjunto de cartas
existentes no espólio de frei Tomás Maria Videira percebemos que fazia parte do
funcionamento do Seminário Dominicano a manutenção de uma correspondência entre
os alunos e o seu Superior durante o tempo de férias.
A carta de Agostinho
Nunes Martins do início de Setembro de 1936 é disso mais um exemplo.
Caxarias – Pontes –
Norte – 8-9-936
Excelentíssimo e
Reverendíssimo Senhor
Padre Videira
Em primeiro lugar
tenho a pedir-lhe desculpa de lhe não ter escrito há mais tempo. Não tem sido o
esquecimento o motivo da minha demora em escrever mas sim o tempo tomado pelos
serviços que meu pai não pode deixar de nos distribuir, mas espero poder em
breve voltar a escrever a Vossa Reverência como muito desejo.
Graças a Deus estamos
contentes com as férias, que temos passado bem. De manhã vamos à missa à nossa
capela e voltamos para casa procurando ajudar nossos pais nos seus serviços.
Com quando as férias
nos sejam agradáveis, muito desejo se passem depressa para poder voltar ao
nosso Seminário e continuar os meus estudos se Vossa Reverência me der licença
e me dispensar a esmola que peço de me aceitar.
O José tinha vontade
de escrever a Vossa Reverência mas como não pode agora, escreve-lhe quando eu
tornar a escrever.
Termino pedindo se
digne abençoar o que é de Vossa Reverência muito humilde servo.
Agostinho Nunes
Martins.
Sem palavras. Setenta e sete anos antes, a mesma simplicidade e a mesma humildade que lhe conheci e reconheço.
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ResponderEliminarFrei José Carlos,
ResponderEliminarApesar do interesse que Agostinho Nunes Martins manifesta no regresso ao Seminário e na continuação dos estudos, leio com agrado que estão contentes com as férias que usufruem …” De manhã vamos à missa à nossa capela e voltamos para casa procurando ajudar nossos pais nos seus serviços.”… E o irmão José que não tem o dever de manter uma correspondência com o ex-Superior deseja manter esse laço ainda que ocupado pelas tarefas que lhe estão cometidas.
Grata, Frei José Carlos, pela partilha. Bem-haja. Que o Senhor o abençoe e o proteja.
Abraço fraterno,
Maria José Silva