terça-feira, 28 de maio de 2013

Frei José João Rodrigues Pruxa

José Rodrigues Pruxa, filho de António Rodrigues Seguro e de Maria de Jesus Dias nasceu a 26 de Fevereiro de 1927 em Assentiz, concelho de Torres Novas.
 
Educado no seio de uma família cristã numerosa, sete irmãos, quatro rapazes e três raparigas, uma delas religiosa carmelita, ao chegar a juventude sentiu-se chamado à vida sacerdotal, ingressando por isso no Seminário Menor de Santarém, no qual ficou registado como José Dias Seguro.
 
De Santarém passou ao Seminário Patriarcal de Almada no qual foi impedido de continuar a formação eclesiástica por não corresponder às exigências requeridas.
 
Por esta época o seu irmão Dionísio frequentava o mesmo Seminário Patriarcal de Almada, o qual veio a abandonar igualmente pouco tempo depois.
 
Por intermédio de frei Joaquim Frango, José Rodrigues Pruxa entrou em contacto com os padres dominicanos portugueses, vindo a tomar o Hábito no Convento de São Pedro Mártir de Sintra a 8 de Junho de 1952 e assumindo o nome de frei José João. Um ano depois professava no recém-fundado Convento de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
 
Até à Profissão Solene em 1959 frei José João colaborou no Secretariado do Rosário instalado no Convento de Fátima. Após a profissão foi destinado ao Colégio Clenardo em Lisboa, onde permaneceu até ao seu encerramento em 1968.
Ali foi durante o primeiro ano professor de instrução primária e nos anos seguintes o responsável da Secretaria do Colégio.
Encerrado o Colégio Clenardo encontramos frei José João a colaborar e a residir na Paróquia de São Domingos de Benfica, da qual é pároco frei Reginaldo Carlos Santos e auxiliar frei Paulo Virgílio Silva. Frei José João colaborava como organista e professor de música na paróquia desde 1965.
 
Desde o tempo do Seminário de Santarém que frei José João tinha uma predilecção bastante grande pela música e pelo canto, e por isso o encontramos nos anos de 1970 e 1971 a frequentar os Cursos de Direcção Coral e Aperfeiçoamento de Professores de Canto Coral no Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian.
Previamente tinha frequentado o Centro de Estudos Gregorianos em Lisboa, onde fez os seus estudos de Teoria Musical, Solfejo, Harmonia e Órgão, e teve como professores Antoine Sibertin Blanc e Júlia de Almendra.
 
 
Mas o seu interesse pastoral não se limitava à música, razão pela qual o encontramos no ano de 1968 a frequentar o Curso de Formação Catequística do Patriarcado de Lisboa na secção do Rato.
 
Em Setembro de 1971, o Prior Provincial frei Miguel do Santos assignou-o ao Convento do Imaculado Coração de Maria, Seminário Dominicano de Aldeia Nova. Ali se encontrará até 1975, ano em que transita para o Convento de Cristo Rei no Porto.
 
No Convento do Porto frei José João vai permanecer até 1980, vindo a assumir nestes anos no Convento da cidade invicta os cargos de Ecónomo Conventual, Conselheiro e Animador da Liturgia e Canto.
Em Dezembro de 1980 frei José João assume o ofício de Ecónomo do Convento de São Tomás de Queluz, ao qual pertence desde há pouco tempo. Frei José João vai permanecer neste convento até 1988, acumulando com os cargos conventuais a colaboração na Paróquia de São Domingos de Benfica, onde é organista e professor de música.
 
A 20 de Janeiro de 1988 frei José João foi assignado à Comunidade do Barreiro pelo Prior Provincial frei Juan José Galego Salvadores.
Permanece ali pouco tempo pois a 2 de Fevereiro de 1990 está a aterrar em Luanda na companhia de frei Gil Filipe com quem tinha viajado desde Portugal.
 
Esta ida de frei José João para Angola deve-se a um pedido pessoal do bispo D. Zacarias, pelo que é para a diocese do Sumbe que frei José João vai prestar os seus serviços.
Face à situação irregular em que se encontrava, o responsável pela presença dominicana em Angola, frei João Domingos, convida-o a integrar a Comunidade Dominicana de Wako-Kungo, da qual transita para a Comunidade do Carmo em Luanda em 1991.
 
É aqui, nesta Comunidade e Paróquia, que frei José João vai viver os últimos anos da sua vida, exercendo o seu ministério mais querido, o da animação litúrgica pela música e pelo canto.
Fruto deste trabalho e desta paixão são a Escola de Música, os diversos grupos corais que animam as celebrações litúrgicas e o disco “Twimbili Ñgala”, editado em 2007 com músicas da sua autoria para a animação litúrgica.
 
Faleceu em Luanda a 26 de Maio de 2013, depois de ter sido internado na Clínica da Mutamba a 22 deste mesmo mês devido a uma infecção grave de paludismo.
Que o Senhor o recompense pelos seus trabalhos e pela alegria que sempre procurou para a celebração do santo mistério da Eucaristia.  

3 comentários:

  1. Frei José Carlos,

    Que interessante e diversificado percurso de Frei José João Rodrigues Pruxa que recentemente deixou de estar fisicamente entre nós. O Senhor recompensou-o pela dedicação e serviço ao próximo e pelo trabalho de animação litúrgica.
    Grata, Frei José Carlos, pelo excelente trabalho de divulgação deste irmão dominicano que elaborou. Que o Senhor o abençoe e o proteja.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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  2. Na qualidade de amigo do Frei José João que ao longo dos ultimos 45 anos o acompanhou, testemunho a sua religiosidade, empenho e dedicação à causa dominicana. A sua humildade inteligente levou-o a realizar-se na musica e na mensagem de S. Domingos.
    Parabéns ao Frei José Carlos que não esqueceu um irmão que tanto deu à Ordem.

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  3. Ainda o conheci em Angola, na missão que fiz. É um exemplo para a ordem dominicana e também para aqueles que se cruzaram na vida dele. Nosso Senhor Jesus Cristo SEJA LOUVADO!

    Uma Avé Maria para todos os frades Dominicanos!

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