Deixamos aqui o
segundo Soneto de Fernanda de Castro encontrado no baú dos velhos papéis e que
certamente serviu a algum frade dominicano para um momento de oração, meditação
ou actividade lúdica.
Mas, se não te
contenta a forma pura,
Se aspiras à parcela
de infinito,Que torna a passageira criatura
Eterna como um bloco de granito,
Saboreia a volúpia da amargura,
Sofre, transpira sobre a terra dura,
Não soltes uma queixa nem um grito,
Rasga o teu peito como o pelicano
E não desejes nunca a paz e a calma,
Há-de florir, frutificar teu canto,
Presa a raiz à tua própria alma.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarO soneto de Fernanda de Castro aborda um caminho de grande radicalidade, de grande estoicismo, somente possível a alguns de nós, ou melhor, há períodos, por vezes, demasiado longos no peregrinar da vida, em que vivemos momentos semelhantes, sem termos total consciência dos mesmos e que só a fé pode ajudar-nos a ultrapassá-los, conscientes que somos meros instrumentos …” Procura ser humilde e sobre-humano, …”
Grata, Frei José Carlos, pela reflexão que nos proporcionou. Que a coragem e a confiança nunca nos faltem.
Que o Senhor o ilumine, o guarde e o proteja.
Bom fim-de-semana.
Bom descanso.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva