Jesus continua a sua instrução aos discípulos sobre o fim dos tempos, sobre o juízo final e para mostrar a inevitabilidade, mas também o conhecimento possível desse acontecimento, apresenta as histórias de Noé e de Lot.
São histórias em que os elementos tradicionalmente reconhecidos como purificadores aparecem, a água que submerge o mundo conhecido de Noé e o fogo que consome a cidade de Sodoma onde Lot habitava.
Mas se estas duas tragédias mostram um juízo, um exercício de prestação de contas por parte de Deus, revelam também que a relação com Deus, a viva vivida na fidelidade aos mandamentos do Senhor, possibilitam uma salvação desse juízo e dessa condenação.
E por isso, quando os discípulos, imitando os fariseus, perguntam pelo local de tal acontecimento, Jesus responde-lhes com essa resposta para nós hoje um pouco enigmática mas bastante concreta e perceptível para os que o ouviam.
“Onde estiver o corpo se juntarão os abutres”, porque estas aves necrófagas se juntam para devorar os corpos sem vida, os corpos caídos no deserto, e os discípulos sabiam disso.
Ora, se assim acontece na natureza, também o mesmo acontece na vida espiritual, na realidade do juízo final e do fim do mundo. Serão aqueles que estão mortos que serão devorados, que serão consumidos pelo fogo e pela água, pelos abutres, porque os vivos serão tomados e serão levados, serão preservados pela própria vida que transportam em si.
E esta vida é o conhecimento de Deus, a permanência nele. Quem conhece a Palavra de Deus e permanece nela, vive para sempre, porque esta palavra não passará ainda que passem o céu e a terra. São estas as promessas de Jesus e são também o testemunho que nos deixam Noé e Lot, que permaneceram na Palavra de Deus através da sua fidelidade.
Peçamos por isso ao Senhor que nos ajude a estar atentos à sua Palavra e a permanecer nela para não perecermos, porque a sua Palavra é vida e vida eterna.
Frei José Carlos,
ResponderEliminarNo texto da Meditação que partilha connosco recorda-nos que se as histórias de Noé e de Lot de que Jesus se serve para falar aos discípulos sobre o “fim dos tempos, sobre o juízo final”( ...), …”mostram um juízo, um exercício de prestação de contas por parte de Deus, revelam também que a relação com Deus, a vida vivida na fidelidade aos mandamentos do Senhor, possibilitam uma salvação desse juízo e dessa condenação.”…
Não sabemos quando chega esse momento mas devemos estar preparados e vigilantes. O importante é seguir, praticar a Palavra de Jesus.
Como nos salienta …” Quem conhece a Palavra de Deus e permanece nela, vive para sempre, porque esta palavra não passará ainda que passem o céu e a terra. São estas as promessas de Jesus e são também o testemunho que nos deixam Noé e Lot, que permaneceram na Palavra de Deus através da sua fidelidade.”…
Façamos nossas as palavras do Frei José Carlos, e …” Peçamos por isso ao Senhor que nos ajude a estar atentos à sua Palavra e a permanecer nela para não perecermos, porque a sua Palavra é vida e vida eterna.”
Obrigada, Frei José Carlos, por esta profunda partilha, por nos lembrar a importância da espiritualidade, da nossa relação com Deus, do conhecimento da Palavra de Deus e da permanência nela”. Bem-haja.
Votos de um bom fim-de-semana.
Um abraço fraterno,
Maria José Silva
P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe um poema de Frei José Augusto Mourão, OP
veni Sancte Spiritus
vem, Espírito de Deus/vem como uma noite de fogo/e acorda o que em nós, na luz do dia, dorme/
vem, memória aberta, sobre o que acontece/ e cumpra-se o que às nossas pobres visões presentes falta/
vem, memória da casa, de corpo não enclausurada/ e que se desloque quando nos movamos/
vem, motor do devir, que deixa a cada um o seu crescimento,/ a sua diferença e a sua desordem/
vem, deslocação da estância, negação da estatística e do algoritmo,/que nos ensina a ordem através do ruído/
e que só na mobilidade encontras o repouso/
vem, força de Deus, deslocação do ponto fixo,/da casa murada e fria e defendida:/
que um terramoto faça tremer a língua e estremecer o corpo/que não é neutro nunca se o calor o habita/
vem, sabedoria, dizer à nossa vida que o racional é lacunar,/efeito de margem, e só há saber das ilhas/
vem ensinar à nossa vida a finitude/e que recebamos sem êxtases inúteis nem cegueira/
o invisível que em nós trabalha o barro/
vem, amor derramado em nossos corações,/vem lembrar que um coração frio/
não pode compreender uma palavra de fogo/ e que só há vida e piedade e coragem porque o amor nos move/
vem, instante de fogo e de ternura,/alegria sem medo do ilimitado do corpo e do ilimitado do dom/
que invocamos neste fim de tarde/ e que nos ensinas a rezar
(In, “O Nome e a Forma”, Pedra Angular, 2009)
falta uma melhor explicação...
ResponderEliminarBuscava uma explicação acerca desta passagem, mas é difícil encontrar bons sites/blogs católicos. Felizmente, encontrei aqui a resposta e agradeço imensamente!
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