segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Para vinho novo, odres novos. (Mc 2,18)

A afirmação de Jesus é peremptória e inequívoca, “para vinho novo odres novos”, ou seja, face ao que é novo tudo o que pertence ao passado está caduco, ultrapassado, é obsoleto.
Esta afirmação radical de Jesus choca constantemente com a nossa vida e os nossos projectos e propósitos de conversão, pois custa-nos a deixar o passado, a largar os ritmos e os hábitos a que já nos acostumámos.
Vivemos ou tentamos viver uma situação de conciliação, um equilíbrio entre a novidade e o antigo, entre a torrente que desponta e os canais já ressequidos pelas águas já passadas.
E diante da novidade de Jesus não há conciliação possível, não há equilibro, uma vez que estamos diante de uma criação, de um novo mundo, uma nova história, um desafio sem limites.
Face ao impasse, à possibilidade de soçobrarmos diante de tão grande desafio, resta-nos recorrer à graça do Senhor, à força do Espírito Santo, para que vá consumindo em nós pelo fogo do amor aquelas realidades que estão já ressequidas e velhas, de modo a termos espaço e modo para acolher a novidade do vinho ou do vestido novo da filiação divina.

Ilustração: “São Jerónimo Penitente”, de Jacques Blanchard, Museu de Belas Artes de Budapeste.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Bem-haja por nos recordar que é preciso um espírito novo para receber a mensagem de Jesus, para compreender o projecto divino que nos é proposto.
    Como nos salienta ...” diante da novidade de Jesus não há conciliação possível, não há equilibro, uma vez que estamos diante de uma criação, de um novo mundo, uma nova história, um desafio sem limites.”…
    Que o Senhor nos reforce a fé e nos dê a sabedoria …”de modo a termos espaço e modo para acolher a novidade do vinho ou do vestido novo da filiação divina”, um desafio sem limites, Frei José Carlos.
    Grata pela partilha que nos faz reflectir e nos exorta. Que o Senhor abençoe e proteja o Frei José Carlos.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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