quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Paulo defende a sua conversão ( Act 22,3)

Os Actos dos Apóstolos guardam um discurso que Paulo de Tarso dirigiu ao povo de Jerusalém depois deste o ter aprisionado e agredido no templo e a seguir o ter entregue às mãos das autoridades romanas.
É uma defesa da sua conversão a Jesus Cristo, àquele que ele mesmo tinha perseguido na pessoa dos discípulos e para o qual tinha obtido credenciais e poderes junto das autoridades religiosas que agora o entregavam como herege e blasfemo.
Mas se Paulo faz um relato da sua vida como judeu cumpridor da lei, do acontecimento que alterou a sua vida, ou seja do momento da sua conversão, o que verdadeiramente nos pode e deve tocar hoje, e certamente por isso e pelo alcance que podia ter Paulo se refere a ele, é o zelo com que tudo fez, a sua paixão pelo serviço de Deus.
Paulo persegue os cristãos porque é zeloso pelo cumprimento dos preceitos da sua fé, é zeloso quando depois de se encontrar com Jesus a caminho de Damasco procura humildemente aquele Ananias que lhe podia ajudar a recuperar a visão, é zeloso ao prontificar-se a receber o baptismo depois da experiência que tinha vivido, é zeloso porque depois disso não deixou de anunciar a todos os homens a maravilha de Deus que tinha descoberto, é zeloso ao ponto de subir a Jerusalém sabendo o perigo de vida que podia correr. Paulo é a na sua vida e na sua acção, em todas as suas vertentes, a expressão viva da palavra do profeta “o zelo da tua casa devora-me” e por ele a tudo se expos e tudo sofreu.
Um zelo que não é outra coisa senão a expressão do amor, de um amor que ultrapassa a razoabilidade e se torna difusivo, contagiante, comunicável porque não sabe viver apenas em si e para si, necessita dar-se para se sentir e existir. E neste sentido São Paulo é para nós um exemplo e um convite a viver de forma audaciosa o zelo pela casa do Senhor, pela sua glória, nomeadamente nessa glória que é o próprio homem. Como cristãos e herdeiros da palavra de Paulo e da sua missão necessitamos transformar-nos em pólos contagiantes, difusores em cada momento do nosso quotidiano da maravilha que é o Deus que nos salvou e no qual acreditamos como fonte de uma vida nova.
Que São Paulo interceda por nós e nos alcance pelo menos um pouco da sua paixão por Jesus Cristo e a sua boa nova do amor

Ilustração: “Conversão de São Paulo”, de Francisco Camilo, Museu Provincial de Segóvia.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    O texto da Meditação que elaborou e partilha connosco é profundo e belo. São Paulo agiu sempre com a mesma determinação, poder-se-á falar mesmo de obstinação com que realizou os seus actos antes e depois da conversão. Permita-me que respigue algumas passagens do texto que tocam ...” Mas se Paulo faz um relato da sua vida como judeu cumpridor da lei, do acontecimento que alterou a sua vida, ou seja do momento da sua conversão, o que verdadeiramente nos pode e deve tocar hoje, e certamente por isso e pelo alcance que podia ter Paulo se refere a ele, é o zelo com que tudo fez, a sua paixão pelo serviço de Deus. (…)
    (…) Paulo é a na sua vida e na sua acção, em todas as suas vertentes, a expressão viva da palavra do profeta “o zelo da tua casa devora-me” e por ele a tudo se expos e tudo sofreu.
    Um zelo que não é outra coisa senão a expressão do amor, de um amor que ultrapassa a razoabilidade e se torna difusivo, contagiante, comunicável porque não sabe viver apenas em si e para si, necessita dar-se para se sentir e existir. ”
    Grata, Frei José Carlos, pela partilha da Meditação sobre São Paulo que como afirma … “Como cristãos e herdeiros da palavra de Paulo e da sua missão necessitamos transformar-nos em pólos contagiantes, difusores em cada momento do nosso quotidiano da maravilha que é o Deus que nos salvou e no qual acreditamos como fonte de uma vida nova.”…
    Peçamos com Frei José Carlos …” Que São Paulo interceda por nós e nos alcance pelo menos um pouco da sua paixão por Jesus Cristo e a sua boa nova do amor”.
    Que o Senhor abençoe e proteja o Frei José Carlos.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

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