sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Jesus escolheu doze para estarem com ele (Mc 3,14)

Jesus subiu ao monte com os seus discípulos e escolheu doze para estarem com ele, para andarem com ele, partilharem da sua intimidade. Depois enviá-los-ia a anunciar a Boa Nova do Reino, a curar enfermos e a expulsar demónios, mas agora é com ele que devem estar.
E para reforçar esta necessidade de permanência e intimidade chama cada um dos doze pelo seu nome próprio, e a alguns dá-lhes mesmo um nome novo, um nome que lhes permitirá experimentar no alto de um outro monte a visão gloriosa daquele que os tinha chamado.
Este é afinal o primeiro passo da vocação dos doze, depois do chamamento nas margens do lago, permanecer e estar com Jesus, acompanhá-lo nas suas mais diversas experiências, para aprofundar a amizade e o conhecimento.
É uma experiência fundamental e extremamente necessária pois só nesse conhecimento e nessa permanência é possível crescer na comunhão fraterna, formar uma comunidade unida e fortalecida nos laços de amor pelo mesmo amor daquele que chamou e escolheu.
Sem esta experiência e esta unidade é impossível testemunhar a verdade de Jesus Cristo em toda a sua dimensão e realidade humana e divina, pois é em Jesus que se pode fazer a experiência da presença de Deus entre os homens, do seu amor misericordioso e da confiança que o Espírito Santo nos oferece.
Permaneçamos assim também nós junto de Jesus, partilhemos um pouco da sua intimidade e da sua vida, para que possamos testemunhar a sua verdade e o seu amor por cada um de nós, a quem chama também pelo seu nome para nos dar um nome novo.

Ilustração: “Vocação dos Apóstolos”, de Domenico Ghirlandaio, Capela Sistina, Vaticano.

1 comentário:

  1. Frei José Carlos,

    Quando reflectia sobre o texto da Meditação que elaborou, recordei a Homilia que o Frei José Carlos teceu e partilhou no II Domingo do Tempo Comum, em que abordou entre outros temas o da habitabilidade de Deus, da “nossa relação com o divino”.
    A nossa relação com Deus desenrola-se por etapas, à semelhança dos discípulos que Jesus escolheu, com as diferenças que lhe estão subjacentes.
    Como nos refere, o chamamento é o primeiro passo, mas estar com Jesus, em união e intimidade, reveste-se da maior importância. Como nos salienta ...” Sem esta experiência e esta unidade é impossível testemunhar a verdade de Jesus Cristo em toda a sua dimensão e realidade humana e divina, pois é em Jesus que se pode fazer a experiência da presença de Deus entre os homens, do seu amor misericordioso e da confiança que o Espírito Santo nos oferece.”…
    Aceitemos a exortação que nos faz, com fé, humildade e confiança …” Permaneçamos assim também nós junto de Jesus, partilhemos um pouco da sua intimidade e da sua vida, para que possamos testemunhar a sua verdade e o seu amor por cada um de nós, a quem chama também pelo seu nome para nos dar um nome novo.”
    Obrigada, Frei José Carlos, por esta profunda e bela partilha, maravilhosamente ilustrada, aonde encontramos, em permanência, força para continuar a Caminhada e o reencontro pessoal e espiritual que não conseguimos, com frequência, ao longo do dia. Que o Senhor o ilumine e proteja.
    Votos de um bom fim-de-semana.
    Um abraço fraterno,
    Maria José Silva

    P.S. Permita-me, Frei José Carlos, que partilhe o texto de uma oração.

    A VENTANIA
    DE DEUS

    Penso nos vários sentidos que a palavra Espírito tem no texto bíblico: sopro, hálito vital, vento ...
    E é isso que me apetece rezar esta manhã, Senhor. Sopra sobre o indeciso, venha o sussurro do Teu alento
    íntimo renovar o hesitante, a ventania de Deus nos mova. Parecemo-nos tanto a embarcações travadas,
    velas erguidas sem a energia de novas praias, de intactos e aventurosos cabos ... Os nossos barcos rodam apenas
    em redor de si próprios. Manda, Senhor, a pulsão do Espírito, o ânimo criador que incessantemente nos coloca ao
    encontro da novidade e da beleza do Teu Reino.

    (In, Um Deus Que Dança, Itinerários para a Oração, José Tolentino Mendonça, 2011)

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